Caldas Sport Clube 1954/55

Caldas Sport Clube 1954/55

sábado, 22 de setembro de 2018

Taça de Portugal 1961/1962

1.ª ELIMINATÓRIA: 

# 1.ª MÃO: CALDAS, 3 - BENFICA, 5 (26 de Novembro de 1961).

Na crónica do jornalista José Valente, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 27 de Novembro de 1961, titulava-se: "Os «relâmpagos» de Simões «cegaram» a defesa adversária...Muitos golos e despique agradável".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Ferreira dos Santos, de Coimbra,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério; João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Janita, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro e Lenine. Treinador/Jogador: António Pedro.

SPORT LISBOA E BENFICA: Barroca; Serra, Saraiva e Mario João; Fonseca e Espirito Santo; António Simões, Calado, José Torres, Mendes e Angeja. Treinador: Bélla Guttmann (Húngaro).

Na primeira parte: 1-4, golos de MIRITA (2 minutos); CALADO (8 minutos); TORRES (14 minutos) e SIMÕES (2 golos) aos 27 e 40 minutos. No segundo tempo, 2-1, tentos de JANITA (48 minutos); CALADO E MIRITA (86 minutos).


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Quando o ponteiro do relógio não tinha atingido ainda os dois minutos do jogo e o Caldas detinha já no marcador a vantagem de 1-0, perpassou pelo Campo da Mata a ideia de que o Benfica iria pagar com a «ousadia» de mandar às Caldas da Rainha uma equipa secundária. A propósito disto, ouviram-se até nas bancadas dichotes mais ou menos contundentes, pouco abonatórios da categoria dos campeões europeus, aludindo a que se o Caldas conseguisse uma vitória no jogo ontem, esse êxito teria maior repercussão internacional do que o próprio empate (1-1) recentemente obtido pelo Benfica no Campo do Barcelona...O golo inicial dos caldenses (um golo excelente do habilidoso MIRITA)…[numa] solicitação magnifica de António Pedro colocou Mirita no caminho aberto para a baliza de Barroca, totalmente desamparado pelos seus defesas, todos eles batidos pela rapidez do passe e pela codícia do rematador, o qual apareceu isolado em frente do guardião benfiquista, passando-lhe a bola por cima dos braços, num vistoso remate desferido ainda longe das redes. Este galvanizou o grupo local e pôs a cabeça em fogo aos seus apaniguados. E durante cinco ou seis minutos viu-se o Caldas carregando em fúria sobre a grande área dos benfiquistas, empurrando os para o seu meio campo, com toda a defesa local a actuar quase sobre a linha do meio do terreno...Mas num repente, tudo se voltou...A rapidez do Benfica amoleceu o Caldas...Aliás os cinco tentos marcados e quase outros falhados por uma unha negra, comprovam bem que os dianteiros encarnados ontem presentes nas Caldas andam mortinhos por conquistarem lugares no ataque «europeu». Simões muito brilhante com a bola nos pés foi avançado mais em foco...Uma nota final quanto ao Caldas: a equipa, tirando a pouca rapidez da defesa e as deficiências de preparo físico (muito visíveis na segunda parte) parece estar globalmente ao mesmo nível de quando actuou na primeira divisão. As actuais insuficiências são consequência natural do andamento do campeonato de segunda divisão.


# 2.ª MÃO: BENFICA, 11 - CALDAS, 0 (31 de Dezembro de 1961).

Na crónica do célebre jornalista Vítor Santos, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 01 de Janeiro de 1962, titulava-se: "«Loiça partida» naturalmente...Ver Germano depois de uma longa ausência (tinha sido operado ao menisco) já chegava…".

Estádio da Luz, em Lisboa,

Árbitro: Manuel Fragata, de Setúbal,

SPORT LISBOA E BENFICA: Costa Pereira; Mário João e Ângelo; Neto, Germano e Fernando Cruz; António Simões, Santana, José Torres, Mário Coluna (capitão) e Domiciano Cávem. Treinador: Bélla Guttmann.

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Ulisses e Vasco Oliveira; João Resende, Quim e Rogério, Carapinha, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro (capitão) e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

Ao intervalo: 4-0.

7 minutos, 1-0 - JOSÉ TORRES; 9 minutos, 2-0 - GERMANO; 18 minutos, 3-0- SANTANA e 24 minutos, 4-0 - CÁVEM.

Na segunda parte: 7-0.

53 minutos, 5-0 - CÁVEM; 66 minutos, 6-0 - TORRES; 73 minutos, 7-0 - TORRES; 76 minutos, 8-0 - SIMÕES; 81 minutos, 9-0 - SANTANA; 82 minutos, 10-0 - CÁVEM e 89 minutos, 11-0 - CÁVEM.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): … Um jogo entre o campeão europeu e a animosa mas naturalmente «tosca» equipa do Caldas, tinha, forçosamente o interesse de um treino. Por tudo e até porque na partida da primeira «mão», nas Caldas, bastara uma «reserva» do Benfica para garantir um resultado favorável, com dois golos de vantagem (5-3). Porque se juntaram, apesar disso, umas 7 000 pessoas na Luz, numa tarde fria e chuvosa, de último dia de ano, naturalmente mais convidativa ao convívio familiar à lareira e de pantufas?...Ver o Germano...Só isso...Sem  a emulação do resultado nem grandes ganas de ver o Caldas…[Porque] um jogo de 11-0 está tudo dito.


Como vimos o Caldas Sport Clube foi eliminado, logo na 1.ª Eliminatória, pelo futuro Bicampeão europeu, Sport Lisboa e Benfica, que também ganharia, nesta época, de 1961/1962, a Taça de Portugal, derrotando na final, no Estádio do Jamor, a 1 de Julho de 1962, o Vitória de Setúbal, com o resultado de 3-0.