Caldas Sport Clube 1954/55

Caldas Sport Clube 1954/55

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

A Época de 1952-1953, aquela em que o CALDAS SPORT CLUBE chegou, finalmente, à 2.ª Divisão Nacional.

# CALDAS SPORT CLUBE, 5 - ATLÉTICO CLUBE MARINHENSE, 0 (07 de Setembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

Na sua edição de 14 de Setembro de 1952, o Jornal "Gazeta das Caldas", fazia a crónica desta primeira jornada do CAMPEONATO DISTRITAL, da seguinte forma:

ÁRBITRO: EVARISTO SILVA,

CALDAS: VITOR; BRANCO e DUARTE; GUILHERME WILSON (ex: ACADÉMICA DE COIMBRA), LEANDRO e ARMANDO; MARTINS (ex: UNIÃO DE COIMBRA), ANTÓNIO PEDRO, GREGÓRIO (ex: VILA REAL), ORLANDO "BÁREK" (ex: BELENENSES) e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

MARINHENSE: CARREIRA; LEONEL e REIS; TRAQUINO, CAROLA e PEDROSA, ROMÃO, LABORINHO, RATO, PINTO e LICA.

MARCADORES: ANACLETO (2 golos), GREGÓRIO, ORLANDO e ANTÓNIO PEDRO.

O futebol na nossa Cidade está passando por uma era de engrandecimento que tem contagiado de uma maneira geral todos os caldenses. O CAMPO DA MATA registou no passado Domingo uma grande enchente, devido à popularidade que o futebol atingiu em todos os meios da nossa terra, onde a maioria dos seus adeptos ansiava ver em acção a turma local agora remodelada com novos valores, para assim poder aquilatar das suas possibilidades. Afinal (...) o encontro não valeu aquilo que muitos pensavam e daí certo descontentamento na maioria do público pelo fraco nivel técnico da partida (...) Num balanço geral, sobre o conjunto caldense, notamos frequentes indecisões na defesa, principalmente no direito e ainda a pouca mobilidade de LEANDRO, que virá mais ao de cima quando encontrar pela frente um ataque de maior valor (...) WILSON, teve alguns passes de boa urdidura, mas mostrou-se timido e ARMANDO no seu estilo sóbrio continua a ser uma utilidade. No ataque o saber de GREGÓRIO [o Treinador e Capitão, dentro de campo] veio dar consistência e um sentido de perfuração que no aproveitamento das qualidades dos interiores está a sua base. ANTÓNIO PEDRO, mantém intactas as suas virtudes, sendo algumas a mola impulsionadora de todo o ataque. ORLANDO, o "Ben Barek da Malveira", teve toques preciosos de bola e desmarcações que nos agradaram imenso. ANACLETO, com desmarcações rápidas teve períodos de brilhantismo, merecendo citação especial o seu primeiro tento, obtido na posição de avançado centro e que foi um portento de execução. O extremo MARTINS, não conseguiu em todo o encontro, atinar com a sua posição, no entanto teve alguns toques a demonstrar que será elemento que a equipa poderá contar.


# SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 4 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (14 de Setembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 21 de Setembro de 1952, comentava este derby eterno da Região do Oeste, da seguinte maneira:

ÁRBITRO: BRAGA BARROS,

TORREENSE: MARQUES; MERGULHO (ex: BARREIRENSE) e AUGUSTO; OLIVEIRA, GOIS e GONÇALVES, CARLOS ALBERTO, CARAMELO (ex: LUSITANO DE ÉVORA), SIDÓNIO, MARTINHO [mais tarde este jogador jogaria no CALDAS SPORT CLUBE, como já vimos] e FIDALGO.

CALDAS: ABEL; VASCO e JORGE; GREGÓRIO, LEANDRO e ARMANDO; PASCOAL, BASTOS (ex: BELENENSES), ORLANDO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

MARCADORES: MARTINHO (2 golos), SIDÓNIO e FIDALGO, pelo TORREENSE e BASTOS, pelo CALDAS.

A laboriosa VILA de TORRES VEDRAS, foi mais uma vez cenário de um encontro entre CALDENSES e TORREENSES. Por esse motivo, o CAMPO DO BAIRRO DAS COVAS, agora a sofrer importantes beneficiações, onde se destaca principalmente a construção de uma bancada central, registou uma grande enchente (...) Das CALDAS DA RAINHA também se deslocaram a TORRES VEDRAS algumas centenas de pessoas, o que mostra o interesse dos CALDENSES pelo grupo representativo da sua terra (...) O nível técnico da partida esteve muito abaixo do valor de ambos os contendores (...) Os médios de ataque CALDENSE, GREGÓRIO só aparecendo na defensiva e ARMANDO em tarde de pouca inspiração, não conseguiram dar à equipa aquilo que ela necessitava que era coesão e ligação entre a defesa e o ataque. Por esse motivo, BASTOS, com uma posição um tanto atrasada no terreno e ANTÓNIO PEDRO bem vigiado por GONÇALVES, não puderam dar o rendimento de que a equipa carecia. Valeu à equipa a boa exibição da defesa com maior destaque para LEANDRO, que neutralizou sempre o perigoso SIDÓNIO, bem secundado por ABEL, DUARTE e VASCO (...) A vitória do grupo da casa embora se possa considerar justa, é demasiado expressiva para o jogo desenvolvido por ambos os contendores. O CALDAS actuando mal, esteve infeliz nalguns lances de defesa e no ataque se PASCOAL que foi uma verdadeira nulidade, mostrasse mais interesse e engodo pela bola, talvez a partida tomasse outro rumo (...) Para o final do encontro, GREGÓRIO passou para o centro do terreno, recuando ANTÓNIO PEDRO e derivando ORLANDO para interior. Com esta nova formação os CALDENSES melhoraram consideravelmente vendo-se então os atacantes CALDENSES mais expeditos, e procurando a todo o transe modificar a feição da partida, mas já era tarde.


# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - GINÁSIO CLUBE DE ALCOBAÇA, 2 (21 de Setembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

Na sua edição de 28 de Setembro de 1952, a "Gazeta das Caldas", realizava a crónica deste encontro, da seguinte maneira:

ÁRBITRO: EVARISTO SILVA,

CALDAS: ABEL; VASCO e DUARTE; GUILHERME WILSON, LEANDRO e ARMANDO; BASTOS, ORLANDO, GREGÓRIO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

ALCOBAÇA: AQUINO; MORGADO e CISNEIROS; JOÃO SILVA, AIRES e BOIÇA; NELITO, JANITA, MÁRIO, ANTÓNIO MARIA e ARTUR.

A equipa CALDENSE, embora melhorasse em relação ao último encontro, ainda não conseguiu actuar à altura que os seus adeptos anseiam (...) Os avançados locais, perante uma defesa rude que por vezes atingiu a violência, retrairam-se um tanto, facilitando aqueles a defesa das suas balisas. Embora dominasse com maior intensidade e por vezes até com boa técnica, o CALDAS veio a obter o triunfo dificilmente depois de várias oportunidades goradas pelos seus atacantes umas por morosidade e outras pela sua fragilidade (...) O resultado com que a partida terminou pode considerar-se lisongeiro para os visitantes.


# GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (28 de Setembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

A "Gazeta das Caldas", na sua edição de 05 de Outubro de 1952, noticiou este encontro, da seguinte forma:

Jogo no CAMPO DO BALUARTE em PENICHE sob a direcção do Sr. ANTÓNIO DOS SANTOS MARQUES, e com os grupos assim constituidos:

PENICHE: CHALICA; LIRIO e BARATA; ZATOPEK, CONSTÂNCIO e ISMAEL; LAMÚRIAS, NASCIMENTO (ex: TORREENSE), RANGEL (ex: CALDAS), BRUNO (ex: BELENENSES) e MAMEDE.

CALDAS: LOURO; VASCO e DUARTE; GUILHERME WILSON, LEANDRO e ARMANDO; BEIRA PINHEIRO, ANTÓNIO PEDRO, GREGÓRIO, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

Aos 12 minutos 1.º golo do desafio, o único dos CALDENSES por intermédio de ORLANDO com a ajuda de ISMAEL, no seguimento de uma jogada em que quanto a nós a bola estivera dentro da baliza (...) Aos 34 minutos, golo de RANGEL para o PENICHE, por manifesta culpa da ala esquerda da defesa CALDENSE nomeadamente DUARTE e ARMANDO, e em parte também por saida tardia de LOURO ao encontro com o adversário. Aos 10 minutos do segundo tempo o segundo golo do PENICHE por NASCIMENTO, o melhor, tento do encontro, e prémio justo para o melhor labor dos PENICHENSES (...) Resta-nos deplorar o desânimo e a consequente desorientação de turma CALDENSE no segundo período do encontro, depois de no primeiro a todos ter convencido que tinha ao seu alcance uma vitória brilhante a todos os títulos, e bastante necessária às suas cores.


# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - MARRAZES SPORT CLUBE, 0 (05 de Outubro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

Na sua edição de 12 de Outubro de 1952, a "Gazeta das Caldas", comentava este encontro, da seguinte forma:

Jogo disputado no CAMPO DA MATA sob a Arbitragem de EVARISTO SILVA, e com as equipas assim constituidas:

CALDAS: LOURO; EVARISTO, LEANDRO e PITEIRA; GUILHERME WILSON e ANTÓNIO PEDRO; PASCOAL, JANEIRO, ALBUQUERQUE, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR: GREGÓRIO.

MARRAZES: CASTRO; CAMOCHO (ex: TORREENSE), BRANCO e CUSTÓDIO; TOMÉ e RAUL (ex: TORREENSE), VITORINO, PASCOAL, FERNANDO ALVES, PORTAS [O Jornal, em causa, esqueceu-se de referir o décimo primeiro jogador].

De notar em primeiro lugar o atrazo do inicio do jogo (mais de meia hora), por falta da equipa visitante e a ausência de GREGÓRIO na formação caldense. Aos 15 minutos, ANACLETO na marcação de um pontapé de canto enfiou a bola directamente na balisa adversária dando ao CALDAS a vantagem merecida. Pouco antes ALBUQUERQUE lesionara-se provocando alterações na linha dianteira que afectaram a boa finalidade das jogadas, dado que durante algum tempo passou a contar apenas com quatro elementos. E a primeira parte terminou com o resultado em 1-0, demasiado escasso para a superioridade revelada pelos CALDENSES. No segundo tempo com ALBUQUERQUE em melhores condições e ocupando de novo o seu lugar no centro do terreno a equipa carburou bastante melhor pois logo aos 10 minutos dum bom entendimento entre ele [ALBUQUERQUE] e ORLANDO surgiu o 2.º tento marcado por este com um potente [remate] esquerdo que CASTRO não pôde deter. Mais 10 minutos passados e de novo a bola voltou ao fundo da rede (...) desta vez impelida de cabeça por JANEIRO que acorrera oportuno a um centro da direita, terminando assim vitoriosamente vários lances em que o esférico andou rondando a balisa do MARRAZES (...) Apesar de tudo, cremos que pela primeira vez esta época o público CALDENSE pôde vêr um pouco de futebol que pode ser praticado pelos componentes da sua equipa.


# ATLÉTICO CLUBE MARINHENSE, 1 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (12 de Outubro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 19 de Outubro de 1952, noticiava este encontro, da seguinte forma:

Jogo disputado na MARINHA GRANDE sob a direcção de SALDANHA RIBEIRO, e com as equipas constituídas como segue:

ATLÉTICO: CARREIRA; ROMÃO, CAROLA e PASSOS; TRAQUINO e REIS; EDUARDO, PINTO, VALDEMAR, GIL e LICA.

CALDAS: LOURO; GREGÓRIO e PITEIRA; GUILHERME WILSON, LEANDRO e ANTÓNIO PEDRO; PASCOAL, MARTINS, ALBUQUERQUE, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

No primeiro tempo, apesar dum dominio insistente dos CALDENSES, o resultado manteve-se em branco devido à apatia dos seus dianteiros que muito bem apoiados pelos médios renunciavam à luta na grande área fazendo por isso gorar muitos lances que mereciam melhor remate (...) Na segunda parte, mercê do êxito conseguido pelo seu extremo esquerdo que aproveitou muito bem um deslise da defesa do CALDAS para pôr o seu grupo em vencedor (...) Só a 15 minutos do fim do encontro com GREGÓRIO a impor certa disciplina na linha atacante, para onde se deslocara por troca com MARTINS logo a seguir ao golo do ATLÉTICO e bem ajudado por PASCOAL, WILSON e ANTÓNIO PEDRO é que os CALDENSES, conseguiram sacudir a pressão a que estavam sujeitos, e tornar-se então verdadeiramente perigosos (...) Do esforço conjugado das quatro unidades atraz apontadas resultou o empate aos 85 minutos do jogo, conseguindo por WILSON com um toque oportuno para o canto da balisa desguarnecida. A turma do CALDAS SPORT CLUBE, voltou a demonstrar os defeitos apontados nas nossas impressões sobre o jogo de PENICHE, que podem ser sintetizados em duas palavras: Falta de garra.


# CALDAS SPORT CLUBE, 1 - SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 1 (19 de Outubro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

Na sua edição de 26 de Outubro de 1952, o Jornal "Gazeta das Caldas" fazia a crónica deste jogo, da seguinte forma:

Jogo disputado no CAMPO DA MATA perante uma das maiores assistências de todos os tempos (...) JOAQUIM CAMPOS, de LISBOA, auxiliado por BRAGA BARROS e ALMEIDA MARQUES, dirige o encontro que começou às 15,04 horas com os grupos assim constituidos:

CALDAS: LOURO; DUARTE e PITEIRA; GUILHERME WILSON, LEANDRO (capitão) e EDERLINDO (ex: reservas do SPORT LISBOA E BENFICA); PASCOAL, GREGÓRIO, ALBUQUERQUE, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

TORREENSE: TAVARES; MERGULHO e AUGUSTO; OLIVEIRA VIEIRA (capitão), ARMINDO e GONÇALVES; CARLOS ALBERTO, FIDALGO, SIDÓNIO, MARTINHO e CARAMELO.

Aos 15 minutos, de grande penalidade por carga irregular de ARMINDO a GREGÓRIO, ANTÓNIO PEDRO marca imparávelmente o primeiro golo do encontro e único dos CALDENSES. Cerca de 10 minutos depois, dum livre junto ao ângulo direito da grande área, a castigar jogo perigoso de WILSON, GONÇALVES com um magnífico pontapé estabelece o empate que se havia de manter até ao fim de jogo. Como atrás se observa, ambos os tentos resultaram de livres directos, e isto tanto pode significar que as defesas jogaram muito, como que os ataques jogaram pouco (...) [pode] dizer-se que o jogo se repartiu durante todo o tempo pelos dois campos e com dominio alternado de ambos os grupos, se bem que este dominio no caso do CALDAS não fosse além da área de defesa da linha média TORREENSE, e isto mercê da posição recuada de ANTÓNIO PEDRO, que assim lançou com frequência os seus avançados. O sistema de jogo adoptado pelos CALDENSES (quatro em linha) foi cumprido de principio ao fim do desafio, o que vem provar terem os jogadores do CALDAS o conhecimento suficiente do seu desporto para se adaptarem a qualquer táctica ou outro sistema pré-estabelecido (...) [Assim] houve mérito no resultado obtido, ele deve-se inteiramente à defesa e à linha média, com relevo especial para LOURO, PITEIRA, LEANDRO, WILSON e ANTÓNIO PEDRO.


# GINÁSIO CLUBE DE ALCOBAÇA, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 2 (26 de Outubro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

A "Gazeta das Caldas", na sua edição de 02 de Novembro de 1952, comentava este jogo, da seguinte maneira:

O CALDAS empatando em ALCOBAÇA com o grupo local, deve ter assegurado a sua entrada na 2.ª Divisão. Este encontro entre CALDENSES e ALCOBACENCES, o de maior cartaz da jornada, fez acorrer ao CAMPO DO PARQUE MUNICIPAL DE ALCOBAÇA, perto de 4 centenas de pessoas que das CALDAS DA RAINHA se deslocaram para assistirem ao prélio.

[Assim] Sob a direcção de EVARISTO SILVA,

ALCOBAÇA: AQUINO; MORGADO e SISMEIRO; JOÃO SILVA, AIRES e BOIÇA; NÉLITO, GAVIÃO, JANITA, ANTÓNIO MARIA e ARTUR.

CALDAS: ABEL; EVARISTO e DUARTE; GUILHERME WILSON, ANDRÉ e CONDE; PASCOAL, GREGÓRIO, ALBUQUERQUE, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

Primeiro tento aos 5 minutos por ARTUR a aproveitar um falhanço de EVARISTO e a hesitação de ABEL (...) Aos 20 minutos primeiro golo do CALDAS por GREGÓRIO com um magnifico golpe de cabeça numa bola pontapeada de canto por ANTÓNIO PEDRO. Aos 30 minutos segundo tento dos CALDENSES, resultante duma esplêndida combinação WILSON-GREGÓRIO cuja honra de finalizar não sabemos a qual deles atribuir, pois do local onde nos encontrávamos era impossivel descortinar. Esses dois pontos vieram dar a expressão numérica apropriada ao desenrolar da partida, pois na verdade assistiu-se a boa meia-hora de futebol, de qualidade que ainda nos não tinha sido dado a observar em todo este TORNEIO REGIONAL. Referimo-nos evidentemente ao jogo desenvolvido pelos CALDENSES (...) Essa justa expressão numérica acabou por ser anulada no último minuto da partida por um toque infeliz dum defesa CALDENSE que com uma intervenção de cabeça desviou a bola da direcção que levava para as mãos de ABEL, orientando-a para o fundo da balisa (...) O estado do terreno no segundo tempo depois das bategas de água que desabaram, impossibilitou a continuação do bom jogo desenvolvido no primeiro período, por isso nos parece que a táctica utilizada foi a melhor, e nisto se filia a nossa opinião de que os CALDENSES mereciam desta feita a vitória (...) Sobre o trabalho individual dos jogadores (...) podemos dizer que todos se comportaram de modo a merecer boa nota. Um reparo apenas a certas deficiências de colocação observadas em EVARISTO especialmente na primeira parte, de certo devidas á falta de experiência no lugar, dado que habitualmente joga no centro do terreno e só em casos de emergência é que deriva para a direita. Tratando-se dum elemento em formação devemos dizer que o reparo lhe não é dirigido pessoalmente. Mas a figura do jogo foi o INTERIOR DIREITO, TREINADOR e CAPITÃO da equipa caldense GREGÓRIO cuja actuação, no passado Domingo, ficou como um magnifico exemplo a fixar pelos seus pupilos e camaradas, de quanto pode a vontade, o querer e o saber.


# CALDAS SPORT CLUBE, 2 - GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE, 0 (02 de Novembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

Na sua edição de 09 de Novembro de 1952, o Jornal "Gazeta das Caldas", titulava que: Mercê da vitória sobre o PENICHE, o CALDAS guindou-se à II DIVISÃO. E continuando a crónica afirmava-se que: Nos meios desportivos locais, reina o maior entusiasmo pelo apuramento do popular CALDAS SPORT CLUBE, para a 2.ª DIVISÃO DO CAMPEONATO NACIONAL DE FUTEBOL. O desporto CALDENSE encontra-se portanto de PARABÉNS, pois, depois de longo interregno, uma equipa local de futebol toma parte na 2.ª prova mais importante do CAMPEONATO NACIONAL.

CAMPO DA MATA às 15 horas,

CALDAS: ABEL; DUARTE e ANDRÉ; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; ANTÓNIO PEDRO; PASCOAL, GREGÓRIO, ALBUQUERQUE e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

PENICHE: CHALICA; BARATA; NASCIMENTO, ISMAEL e CONSTÂNCIO, HERMINIO e BRUNO; BRAZ, LAMÚRIAS, CORREIA e FLORIANO.

ÁRBITRO: AMÉRICO SANTOS,

MARCADORES: ALBUQUERQUE e EDERLINDO.

(...) O «Ferrolho» exibido pelo grupo de PENICHE, como não podia deixar de ser, redondou em fracasso se como supomos se destinava a evitar a derrota ou a contribuir com uma vitória (...) o que resultou portanto desta espécie de «ferrolho» foi uma derrota expressa em números pequenos (...) O CALDAS, que já na época passada utilizara com bastante êxito (...) «os quatro em linha», voltou com a entrada de EDERLINDO para o compartimento médio a utilizar esse sistema, mais por força de hábito ou tendência de ANTÓNIO PEDRO (...) do que propriamente para constituir uma táctica permanente destinada a aproveitar faculdades especiais dos quatro dianteiros. Queremos dizer que ANTÓNIO PEDRO sendo um médio bem senhor desse lugar impõe esse sistema à equipa, sem ser no entanto, no momento actual, o elemento que se possa considerar especialmente datado para o efeito (...) No passado Domingo se não houve futebol de melhor qualidade deve-se sem dúvida às razões implicitas nas considerações atrás expostas. NO PENICHE não houve elementos capazes de agir em conformidade com as exigências do complicado «ferrolho», e o CALDAS insistindo com os «quatro em linha» contra seis defensores só à força de insistência pode bater duas vezes a defesa adversária, e isto quando dentro da grande área dos PENICHENSES se encontravam pelo menos 14 ou 15 jogadores (...) No entanto (...) os CALDENSES dominaram a bem dizer durante todo o encontro e que o resultado com um pouco mais de felicidade no segundo tempo podia ter sido mais expressivo, pois tanto ANTÓNIO PEDRO como ALBUQUERQUE viram bater na trave ou passar a poucos centímetros do poste remates que levavam a marca de golo. No CALDAS os elementos mais brilhantes foram PASCOAL e PITEIRA.


# MARRAZES SPORT CLUBE, 0 - CALDAS SPORT CLUBE, 5 (09 de Novembro de 1952) - (CAMPEONATO DISTRITAL DE LEIRIA).

A "Gazeta das Caldas", na sua edição de 16 de Novembro de 1952, titulava: CALDAS SPORT CLUBE APURADO PARA O NACIONAL DA SEGUNDA DIVISÃO. E continuava a sua análise a este encontro, da seguinte forma:

CAMPO DE LEIRIA, sob a direcção de EVARISTO SILVA,

MARRAZES: CASTRO; CAMOCHO e CARVALHO; ALVES, TOMÉ e RAÚL; VITORINO, PASCOAL, GOMES, PORTAS e MENINO.

CALDAS: LOURO; DUARTE e ANDRÉ, LEANDRO, GREGÓRIO; GUILHERME WILSON e EDERLINDO, ORLANDO, ALBUQUERQUE, PASCOAL e ANTÓNIO PEDRO. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

MARCADORES: ORLANDO (3 golos, aos 6, 11 e 80 minutos), ALBUQUERQUE (aos 23 minutos) e PASCOAL (aos 77 minutos).

A equipa do CALDAS entrou a jogar em bom ritmo e com melhor sentido de ataque do que normalmente nos tem mostrado, talvez devido ao reaparecimento de ORLANDO que é sem dúvida um jogador codicioso e de bom pontapé (...) [marcando três golos neste encontro] Não foi portanto um encontro de vibração, de nervos, até porque os tentos começaram cedo a surgir com demasiada facilidade além do resultado final não ter interesse para a classificação.

No final do jogo, a "Gazeta das Caldas" ouviu as seguintes opiniões sobre a importância deste jogo para o futuro do CALDAS SPORT CLUBE. Assim, ARTUR CAPRISTANO, o PRESIDENTE DA DIRECÇÃO e mola real do impulso dado ao clube, foi o primeiro abordado. À nossa pergunta sobre se lhe parecia que o grupo tinha possibilidades de se classificar bem, respondeu-nos sem hesitar:

- Tenho esperanças numa classificação bastante honrosa apesar de não me esquecer que é a primeira vez que disputamos a 2.ª Divisão.

- Diga-nos ainda. Em face da experiência, crê que o meio desportivo caldense é susceptível de corresponder a um maior esforço que se faça, tendente a elevar o futebol local ao primeiro plano nacional.

- É muito dificil. No entanto não deixo de reconhecer que a Cidade das Caldas da Rainha era inteiramente digna de um clube que reunisse essas condições (...).

O outro elemento de cuja opinião os leitores não prescindiam era o jogador e preparador das equipas GREGÓRIO.

Interrogamos:

- Com vista à próxima competição pensa em qualquer alteração nos métodos de treino até aqui usados?

- Sim Senhor. Vou propôr à Direcção em primeiro lugar uma modificação nos horários, que a meu ver coordenará melhor as necessidades da preparação que os jogadores precisam, com as exigências dos seus empregos.

- Os jogadores de que dispõe o Clube, pareceu-lhe suficientes em número e qualidade para garantia dum lugar honroso na Classificação?

- O CALDAS tem nas suas fileiras 18 ou 19 jogadores capazes de alinhar no 1.º grupo desde que possam treinar com regularidade. Acredito numa boa classificação que inclui a 2.ª FASE DO CAMPEONATO.

A "Gazeta das Caldas", em homenagem à ascensão, pela primeira vez, ao CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO, dedicou este poema:

AO CALDAS SPORT CLUBE

Velho e valoroso CALDAS,

De tardes antigas, gloriosas,

E doutras à vista, mais famosas,

PARABÉNS!

Venceste desalentos, horas apagadas,

Fados vários

Venceste! Venceste adversários,

Ganhaste assim horas doiradas!...

Velho CALDAS, PARABÉNS!

Os PARABÉNS da «Gazeta»,

Nesta homenagem discreta,

São PARABÉNS da Cidade!...

E que progride o valor que tens

E atingas do teu fito a meta

E te proteja a felicidade,

São os votos da «Gazeta».


Assim a CLASSIFICAÇÃO FINAL DO CAMPEONATO DISTRITAL DO ANO DE 1952 foi a seguinte:

1.º - TORREENSE - 17 pontos - Apurou-se para a 2.ª Divisão Nacional;

2.º - CALDAS - 13 pontos - Apurou-se para a 2.ª Divisão Nacional;

3.º - PENICHE - 12 pontos - Apurou-se para a 2.ª Divisão Nacional;

4.º - ALCOBAÇA - 11 pontos;

5.º - MARINHENSE - 6 pontos;

6.º MARRAZES - 1 ponto.


                        
A Equipa que jogou com o MARRAZES, no CAMPO DA MATA.
  Em pé, da esquerda para a direita: LOURO; EVARISTO;
  ANTÓNIO PEDRO; GUILHERME WILSON; LEANDRO;
  PITEIRA e GREGÓRIO (TREINADOR). Agachados, pela
    mesma ordem: ROCHA (Massagista); ANACLETO;
    JANEIRO; ALBUQUERQUE, ORLANDO e PASCOAL.



# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - «LEÕES» DE SANTARÉM, 2 (16 de Novembro de 1952) - (JOGO PARTICULAR).

Na sua edição de 23 de Novembro de 1952, o Jornal "Gazeta das Caldas", titulava que este: Encontro particular e amistoso em que o público por vezes vibrou com o bom jogo desenvolvido, e a incerteza do resultado.

E continuando a crónica deste mesmo encontro, noticiou desta forma:

CAMPO DA MATA, às 15 horas, sob a Arbitragem de AMÉRICO SANTOS,

CALDAS: LOURO; EVARISTO e ANDRÉ; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; BASTOS (GREGÓRIO e novamente BASTOS, por aquele se ter lesionado); ORLANDO, ANTÓNIO PEDRO, ALBUQUERQUE e PASCOAL. TREINADOR-JOGADOR: GREGÓRIO.

LEÕES: ALEXANDRE; MACHADO e LEONETO; LEÇA, FERREIRA e RODRIGUES; JORGE VIEIRA, GARNACHO, JOÃO, PAULO e CASTANHEIRA.

Na PRIMEIRA PARTE: 1-1: MARCADORES: ANTÓNIO PEDRO, de grande penalidade a castigar mão incontestada de LEONETO na área de rigor e CASTANHEIRA, que fugindo bem a EVARISTO e LEANDRO rematou sem defesa possivel para LOURO.

Na SEGUNDA PARTE: 2-1: MARCADORES: ANTÓNIO PEDRO com um remate de surpresa que fez a bola entrar no ângulo superior direito, e ORLANDO no seguimento de um canto, e o dos scalabitanos por JORGE VIEIRA com um feliz remate da extrema-direita que tocando o poste do lado contrário ressaltou para a balisa sem culpa para LOURO que estava tapado por três adversários claramente deslocados.


# CALDAS SPORT CLUBE, 2 - ATLÉTICO CLUBE DE PORTUGAL, 3 (23 de Novembro de 1952) - (JOGO PARTICULAR).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 30 de Novembro de 1952, noticiava um jogo particular entre o CALDAS, que futuramente jogaria, finalmente, na 2.ª Divisão Nacional e o famoso ATLÉTICO CLUBE DE PORTUGAL, que jogava na 1.ª Divisão Nacional. Estava em disputa, igualmente, a «TAÇA JOÃO DOS SANTOS ARRANHA», um antigo e dedicado dirigente do CALDAS. E continuando a crónica deste jogo, o Jornal, em causa, comentava, o embate, destas duas formações, da seguinte forma:

CAMPO DA MATA às 15 horas,

ÁRBITRO - EVARISTO SILVA, DE TORRES VEDRAS,

CALDAS: LOURO (VITOR); EVARISTO e DUARTE; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; PASCOAL, ANTÓNIO PEDRO, ALBUQUERQUE, ORLANDO (BASTOS e JANEIRO) e BASTOS (ORLANDO). TREINADOR: GREGÓRIO.

ATLÉTICO: GAMA; VALENTE MARQUES e BARREIROS (ABREU); ARMANDO CARNEIRO (BARREIROS), GERMANO I e VITOR GASPAR; GERMANO II, DEMÉTRIO, BEN DAVID (LEGAS), ORLANDO e SILVA PEREIRA. TREINADOR: JOSEPH (ou JOSÉ) SZABO [que mais tarde seria Treinador do CALDAS, como já vimos].

MARCADORES: PASCOAL e ALBUQUERQUE, pelo CALDAS e BARREIROS, DEMÉTRIO e GERMANO II, pelo ATLÉTICO.

Aproveitando o interregno do CAMPEONATO NACIONAL, o CALDAS SPORT CLUBE, convidou a excelente turma do ATLÉTICO CLUB DE PORTUGAL, agrupamento que marcha actualmente em 5.º lugar do CAMPEONATO NACIONAL DA 1.ª DIVISÃO, a 2 pontos dos primeiros classificados, que são SPORTING, BELENENSES e PORTO (...) Um dos principais actrativos (...) é sem dúvida a reaparição do popular internacional BEN DAVID [um Cabo-Verdiano que com apenas 6 internacionalizações, pela SELECÇÃO DE PORTUGAL, viria a marcar 4 golos] um dos mais categorizados jogadores portugueses no seu lugar de avançado-centro (...) [e] admirar o valor de (...) ARMANDO CARNEIRO, DEMÉTRIO, VALENTE MARQUES, e outros elementos de incontestável valia (...) A turma do ATLÉTICO CLUBE DE PORTUGAL, entrou no CAMPO DA MATA com a (...) nota alegre de um equipamento de bom gosto recentemente inaugurado, as credenciais de equipa remodelada com elementos de muita habilidade, superiormente aproveitada pelo competente técnico que é mister SZABO (...) A sua exibição não foi talvez aquela que a maior parte do público interessado pelas competições do TORNEIO MAIOR podia prever, pois aparte a última meia hora do encontro, em que dominou abertamente o adversário, no decorrer do resto do tempo, sofreu os mesmos sobressaltos e ansiedades que o grupo CALDENSE (...) Os CALDENSES, honra lhes seja feita, entraram no rectângulo, cremos que com o firme propósito de pedir meças ao adversário, e sem qualquer espécie de temor ou respeito pelos seus galões de divisionário superior. Nisto reside o maior valor da sua exibição, e pena foi que aquele segundo tento dos ATLÉTICOS, obtido por má visão do árbitro viesse alterar o resultado que premiaria essa decisão e voluntariedade. Não queremos com isto dizer que o resultado não está certo, é bem de ver apenas, como o grupo melhor apetrechado não desenvolveu o seu jogo habitual, isto é, jogou abaixo das suas possibilidades, e por outro lado os CALDENSES jogaram para não perder (...).


# FUTEBOL CLUBE ACADÉMICO DE VISEU, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (30 de Novembro de 1952) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 07 de Dezembro de 1952, o Jornal "Gazeta das Caldas", noticiava um Encontro aguardado com grande expectativa e justamente considerado o mais importante da jornada inaugural do Torneio da Série B. E continuava com a sua análise a este jogo da seguinte forma:

CAMPO DO FONTELO, em Viseu,

ÁRBITRO: EDUARDO PEIXINHO, de AVEIRO,

ACADÉMICO: MEDINA; TORRES e FRAGATA; NETO, COSTA FERNANDES e HERMÍNIO; PIPA, PÓVOA, RODRIGUES, PEDRO e RAÚL SILVA.

CALDAS: LOURO; LEANDRO; EVARISTO, GUILHERME WILSON e ANDRÉ; EDERLINDO e ANTÓNIO PEDRO; BASTOS, ALBUQUERQUE, ORLANDO e PASCOAL. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO e MARIANO AMARO.

Aos 6 minutos 1-0 para o ACADÉMICO; WILSON ao tentar evitar um canto entrega a bola a PIPA que centrou rápido para RAÚL SILVA e este com um golpe de cabeça atirou a contar e sem possibilidades de defesa para LOURO.

Aos 25 minutos 1-1; pontapé comprido de BASTOS, corrida pronta de ALBUQUERQUE e toque de cabeça no momento oportuno para o fundo das redes, aproveitando muito bem a exitação de MEDINA.

Aos 60 minutos 2-1 [por PEDRO] para os visitantes; golo obtido num lance muito confuso resultante de um canto, que provocou protesto por parte dos CALDENSES.

Mais três vezes o esférico ultrapassou a linha da balisa duas a favor do CALDAS e uma do ACADÉMICO. Em qualquer dos casos o árbitro assinalara falta a tempo (...) [Depois dos primeiros 15 minutos da partida] os CALDENSES não só equilibraram o jogo como certo ascendente durante o qual chegaram à igualdade, mantendo-se até ao fim da primeira parte uma toada de parada e resposta com dominio alternado de ambos os contendores. No segundo tempo, com o seu sistema defensivo melhor ajustado, os CALDENSES aclararam mais o seu jogo e intenções, e apesar do pouco rendimento do seu interior direito, visivelmente inferiorisado por indisposição acidental, pôde criar algumas ocasiões de golo que não resultaram, ou por deslocações ou por força do mau estado do terreno (...) Foi pois esta segunda parte disputada com muita emoção e certo brilho de parte a parte, mantendo-se até ao fim a incerteza do resultado (...) A vitória dos ACADEMISTAS aceita-se porque os seus periodos de dominio foram mais prolongados que os do adversário, no entanto o empate seria talvez o resultado mais justo, pois as ocasiões de golo foram mais ou menos as mesmas de ambos os lados, e ainda porque os CALDENSES se revelaram quase sempre mais perigosos quando se acercavam da balisa do opositor. 


# CALDAS SPORT CLUBE, 2 - ASSOCIAÇÃO NAVAL 1.º DE MAIO, 0 (07 de Dezembro de 1952) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

A "Gazeta das Caldas", na sua edição de 14 de Dezembro de 1952, realiza a crónica deste jogo, da seguinte maneira:

CAMPO DA MATA,

ÁRBITRO: REIS SANTOS, de SANTARÉM,

CALDAS: LOZANO (Espanhol); DUARTE e ANDRÉ; GUILHERME WILSON, LEANDRO, EDERLINDO; BASTOS; BARNABÉ MORROS (Espanhol, ex: CULTURA LEONEZA), ALBUQUERQUE, ORLANDO e PASCOAL. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO E MARIANO AMARO.

NAVAL: PINTO MACHADO; MESQUITA e CRUZ; ANTONINO, TÓ PINTO e GARCIA; PINA, ARMINDO, JACINTO, COSTA e ANTÓNIO MARIA.

Aos 30 minutos 1-0 por ORLANDO com um pontapé sesgado e por alto aproveitando um passe de cabeça de ALBUQUERQUE no seguimento duma avançada pela direita, conduzida por BASTOS.

Aos 43 minutos novo tento de ORLANDO, que explorando muito bem a hesitação da defesa navalista rematou raso ao canto direito e sem possibilidade da defesa para o guardião visitante.

A partida CALDAS-NAVAL teve, como principal atractivo a estreia dos espanhóis LOZANO (guarda-redes suplente pela equipa do seu país contra PORTUGAL e SUIÇA, INTERNACIONAL EM JUNIORES contra o MÉXICO e SELECCIONADO nos encontros intercidades MADRID-LISBOA) e BARNABÉ, elementos que vinham precedidos de certa fama. De facto são jogadores de reconhecido valor que muito vieram valorizar a equipa do CALDAS SPORT CLUBE. Embora se não tivesse de empregar a fundo, o novo GUARDIÃO CALDENSE demonstrou segurança e boa visão, sabendo chamar a atenção dos seus companheiros da defesa quando esta, por vezes, teve hesitações. O interior BARNABÉ, sabe cobrir bem a bola com o corpo alêm de excelentes jogadas de pormenor que coloca um companheiro completamente desmarcado e em posição de alvejar a balisa com êxito. A meio campo teve alguns passes de boa urdidura, mas pouco se aventurou a caminhar para a balisa adversária, receoso, possivelmente, de se empregar no choque, pois alinhou com um pé aberto (...) Os CALDENSES apesar de não terem feito um bom jogo, venceram com inteira justiça, com especial relevo para os seus médios de ataque, que estão em excelente forma (...) Distinguiram-se no CALDAS, EDERLINDO, WILSON, LEANDRO e BASTOS, e ORLANDO no primeiro tempo, este último sobretudo por ter aproveitado bem as oportunidades que teve para golo.


# CLUBE DE FUTEBOL «OS MARIALVAS», 0 - CALDAS SPORT CLUBE, 0 (14 de Dezembro de 1952) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - Zona B).

Na sua edição de 21 de Dezembro de 1952, a "Gazeta das Caldas", titulava: O ataque CALDENSE não teve talento para concretizar o dominio exercido. E continuando a sua análise a este encontro, o mesmo jornal afirmou:

Jogo em CANTANHEDE sob a direcção de BORGES LOUREIRO, de VISEU, e perante diminuta assistência.

CALDAS: LOZANO; VASCO, LEANDRO e DUARTE; GUILHERME WILSON e EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, ANTÓNIO PEDRO, PASCOAL, BASTOS e ORLANDO. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO E MARIANO AMARO.

MARIALVAS: FERREIRA; ZECA, REIS e LÚCIO; LINEU e JESUS; JOSÉ ANTÓNIO, SANTOS, DIAS COSTA, CARDOSO e CARMO.

O jogo iniciou-se sob os melhores auspicios para os CALDENSES. Jogadas ora pela asa esquerda, ora pela direita, aproximaram com facilidade o esférico da balisa adversária e embora mal finalizadas davam no entanto a sensação de que mais minuto menos minuto a defesa local seria enleada e as malhas seriam tocadas (...) Já no declinar do tempo regulamentar, quando por motivo de uma forte chuvada o Campo se tornou ainda menos propicio à toada do jogo desenvolvido pelos atacantes do CALDAS, os locais atentos aos improficuos esforços desses elementos, carregaram em bloco sobre o meio campo contrário, e chegaram a pôr a defesa visitante em dificuldade. Esta grosso modo, a imagem do encontro. Para melhor elucidação podemos acrescentar que a equipa caldense fez uma má partida, descontando o âcerto do labor da extrema defesa (...) e para ela ficou as honras do empate visto que não deixou o adversário marcar golos.


# CALDAS SPORT CLUBE, 5 - GRUPO DESPORTIVO COVILHANENSE, 0 (21 de Dezembro de 1952) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 28 de Dezembro de 1952, titulava que: Os CALDENSES revelaram uma superioridade que os números não traduzem. E continuando a análise, a este jogo, fazia-se a crónica desta forma:

As equipas alinharam:

ÁRBITRO: HERMINIO SOARES,

CALDAS: LOZANO; PITEIRA e DUARTE; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; ORLANDO, BARNABÉ MORROS, ALBUQUERQUE, GREGÓRIO e PASCOAL. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO E MARIANO AMARO.

COVILHANENSE: ALVES; CAVACA e CANHOTO; ESPINHO, BICA e RUNA; CORONO, MARCELINO, DAVID, TONINHO e PORFIRIO.

Se é certo que no primeiro tempo, a boa ordenação das manobras ofensivas não deu os seus frutos em tentos, o que chegou a preocupar e a enervar uma parte do público afecto, não é menos certo que a superioridade imposta provocou um desgaste na defesa adversária que lhes não permitiu fechar no segundo tempo o caminho da balisa com a mesma facilidade com que o conseguiu nos primeiros quarenta e cinco minutos. Se não fora o menor rendimento dos extremos, a quebra de poder dum interior no segundo tempo, e o acidente sucedido ao médio que obrigou a alterar a formação na última vintena de minutos, diriamos que pela primeira vez o CALDAS se exibiu como um todo, com todos os comportamentos a funcionarem como é exigivel numa equipa que tem a responsabilidade de ter batido grupos da I Divisão e valores altos da II [Divisão]. Apesar de tudo, voltamos a dizer que a partida nos agradou, mesmo depois de ponderarmos na debilidade técnica e táctica dos visitantes (...) Se na última metade do encontro se deixou bater por cinco vezes, atribuimo-lo nós, mais ao talento do interior esquerdo caldense [GREGÓRIO] e de certo modo ao cansaço dos defensores, do que própriamente à falta de conhecimento da missão de cada um dos componentes desse sector (...) GREGÓRIO ganhou a eleição [da figura deste jogo] não só por ser marcador de quatro tentos, como pela agressividade que veio trazer à linha avançada.


# GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 0 (28 de Dezembro de 1952) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 04 de Janeiro de 1953, a "Gazeta das Caldas", realizava a crónica deste encontro, da seguinte forma:

Jogo no CAMPO DO BALUARTE em PENICHE, sob a direcção de ANACLETO GOMES, de LISBOA,

PENICHE: CHALICA; CORREIA e BARATA; NASCIMENTO, CONSTÂNCIO e MAMEDE; VIÇOSO, BRUNO, RANGEL, TABORDA e BRAZ.

CALDAS: LOZANO; ANDRÉ, LEANDRO e DUARTE; GUILHERME WILSON e EDERLINDO; ORLANDO, BARNABÉ MORROS, ALBUQUERQUE, GREGÓRIO e PASCOAL. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO e MARIANO AMARO.

MARCADORES: BRUNO, aos 61 minutos e BRAZ, aos 85 minutos.

O jogo principiou práticamente com uma grande defesa de LOZANO em voo a cortar um perigosíssimo centro do extremo-direito do PENICHE e outro a desviar para canto um oportuníssimo bico de RANGEL. Daí por diante e até ao fim do primeiro tempo o jogo repartiu-se pelos dois contendores (...) No segundo período, os PENICHENSES insistindo na toada inicial, superiorizaram-se na ordenação do jogo ofensivo e embora os [dois] tentos não tivessem resultado própriamente de jogadas concebidas e executadas com essa finalidade, actuaram de molde a tornar justa a vitória.


# CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO DE COIMBRA, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 0 (01 de Janeiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Também na sua edição de 04 de Janeiro de 1953, este encontro foi comentado, da seguinte forma:

CAMPO DA ARREGAÇA, em COIMBRA, às 15 horas,

ÁRBITRO: FAUSTO SANTOS, de LISBOA,

UNIÃO: CELSO; VELHA, CARVALHO e LOPES; MOTA e GOMES; MARQUEZ, VALENTE, PRUDÊNCIO, CHITAS e NORONHA.

CALDAS: LOZANO; ANDRÉ, LEANDRO e DUARTE; GUILHERME WILSON, EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, ANTÓNIO PEDRO, ALBUQUERQUE, BASTOS e ORLANDO.

GOLOS aos 44 e aos 75 minutos por PRUDÊNCIO: no primeiro a colaboração do defesa esquerdo CALDENSE.

O jogo caracterizou-se por um acentuado domínio unionista e só não teve melhor expressão em golos por virtude da magnifica actuação de LOZANO. Nos primeiros minutos ainda os CALDENSES puderam responder com certo perigo às ainda um tanto desordenadas ofensivas dos visitantes, mas esse perigo ou era cortado por deslocação de ALBUQUERQUE ou pelo juiz de linha do lado do peão que parecia apostado em não deixar os CALDENSES aproximarem-se da balisa do adversario (...) A linha média, enquanto WILSON não recuou a substituir ANDRÉ (que se lesionou em choque com um adversário) ainda pode algumas vezes lançar o ataque, mas os interiores sempre recuados e sem velocidade para progredir no terreno, apenas se limitaram a passar a bola em profundidade na esperança de ela ser apanhada em condições de êxito pelos extremos e pelo avançado central (...) LOZANO foi portanto o homem da tarde, pois até arrancou aplausos à assistência afecta ao grupo local.

À parte do jogo, a "Gazeta das Caldas", titulava que: Esteve iminente um grave acidente com a equipa do CALDAS SPORT CLUBE. E continuando a notícia, assinalava-se que: Em virtude das más condições da estrada que dá acesso ao CAMPO DE JOGOS DO UNIÃO DE COIMBRA, especialmente junto a uma passagem de nível sem guarda, que ali existe, o autocarro que transportava a equipa do CALDAS SPORT CLUBE (...) afocinhou nos carris conseguindo safar-se com dificuldade, ligeiros instantes antes da rápida passagem da auto-motora da LOUZÃ. Este acidente (...) poderia, como fácilmente se verifica, ter gravissimas consequências.


# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - LUSITANO GINÁSIO CLUBE (DE ÉVORA), 3 (04 de Janeiro de 1953) - (JOGO PARTICULAR).

Na sua edição de 11 de Janeiro de 1953, a "Gazeta das Caldas" realizava a crónica deste encontro, da seguinte forma:

CAMPO DA MATA, às 15 horas,

ÁRBITRO: EVARISTO SILVA,

CALDAS: LOZANO; VASCO e DUARTE; ARMANDO (ANTÓNIO PEDRO), GUILHERME WILSON e EDERLINDO, NEVES, BARNABÉ MORROS, ALBUQUERQUE, ORLANDO (GREGÓRIO) e PASCOAL. TREINADORES: JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO e MARIANO AMARO.

LUSITANO: MARTELO (DINIS VITAL); SOEIRO e PAIXÃO (DAVID); MADEIRA (ATHOS), VALE (FALÉ) e PAULO (POLIDO); FLORA, DI PAOLA, TEIXEIRA DA SILVA (VALE), DUARTE (JOSÉ PEDRO), DOMINGOS (DUARTE). TREINADOR: DOMINGOS GARCIA.

CALDAS DA RAINHA recebeu, hoje, a visita de um dos mais fortes agrupamentos da 1.ª DIVISÃO e que nesta região contém uma legião de numerosos adeptos. Os EBORENSES que têm feito uma excelente prova, tendo batido no seu campo (...) o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL e o FUTEBOL CLUBE DO PORTO, dois dos mais fortes pretendentes ao título (...) o LUSITANO que já esteve em guia da classificação da 1.ª DIVISÃO, segue agora em 7.º LUGAR a 5 pontos do 1.º que é o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.

O jogo iniciou-se com o LUSITANO a actuar em toada de movimentos retardados e os CALDENSES hesitantes mas já a denunciarem a determinação de se não deixarem bater sem luta cerrada. E assim foi que aos 5 minutos NEVES acorrendo oportuno a um centro de PASCOAL poz a marca em 1-0 para os CALDENSES. Aos 18 minutos porém, FLORA aproveitando um falhanço de LOZANO numa jogada inicialmente inofensiva colocou o marcador na igualdade. No segundo tempo aos cinco e vinte e dois minutos ALBUQUERQUE que no primeiro nos pareceu em posição fora de jogo repoz a vantagem dos CALDENSES que JOSÉ PEDRO aos 14 e 27 [minutos] havia de anular para que o encontro terminasse com o resultado final de 3-3 (...) Ao fim e ao cabo, comparativamente, nem o CALDAS merecia sair vencedor, apesar de ter disfrutado de maior número de ocasiões de golos, nem o LUSITANO apenas porque fez jogadas mais bonitas de melhor qualidade no geral, seja justamente  digno dessa honra. Aceitamos portanto o resultado como certo, pois também aos contendores ele deve satisfazer. Para os CALDENSES é honroso o empate a três tentos com um adversário colocado na metade cimeira da tabela classificativa do CAMPEONATO DA I DIVISÃO (...).


# SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 3 - CALDAS SPORT CLUBE, 0 (11 de Janeiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

A "Gazeta das Caldas", na sua edição de 18 de Janeiro de 1953, titulava que: A ineficácia dos avançados comprometeu o acertado labor das formações defensivas e média dos CALDENSES. E continuava a análise a este jogo, da seguinte maneira:

Jogo no CAMPO DAS COVAS em TORRES VEDRAS sob a direcção de LUIS MAGALHÃES, de LISBOA.

TORREENSE: MARQUES; GATO e ANTÓNIO AUGUSTO; OLIVEIRA VIEIRA, ARMINDO e GONÇALVES; CARLOS ALBERTO, FIDALGO, SIDÓNIO, MARTINHO e TERREIRO. TREINADOR: JOSÉ MOTA.

CALDAS: LOZANO; VASCO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON (capitão), LEANDRO e ANTÓNIO PEDRO; PASCOAL, ORLANDO, ALBUQUERQUE, BARNABÉ MORROS e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO (que substituiu a Comissão Técnica anterior, constituída por JOAQUIM LUIS JÚNIOR, GREGÓRIO E MARIANO AMARO).

Logo de inicio, o melhor equilibrio do conjunto da casa começou a impor a sua superioridade, e só o acerto do sector defensivo CALDENSE pôde impedir que a vitória começasse a concretizar-se mais cedo. [Pois] tanto defesas como médios do CALDAS, ora interceptando com antecipações oportunas, ora tapando em formação geralmente correcta a sua balisa, constituiram uma barreira que ia sendo dificil de transpor. Por outro lado, o guarda-redes [LOZANO] atento e certo gorava ainda as poucas oportunidades em que a barreira defensiva era perfurada (...) E só aos 32 minutos FIDALGO dominando dois adversários e endossando com boa conta a SIDÓNIO, permitiu a este uma magnifica entrega a MARTINHO que rematando pronto e colocado, pode bater LOZANO sem remissão. Com este resultado terminou a primeira parte do encontro. Na segunda, mercê da passagem de ANACLETO para a facha central do terreno, acorrendo a todos os sítios onde estava a bola, e portanto dificultando a acção dos médios e defesas TORREENSES, o jogo parece que ganhou maior claresa, isto é, deixou de desenvolver-se com tanta insistência sobre o meio campo CALDENSE (...) Todavia, a defensiva CALDENSE ia acusando não só o esforço dispendido nos 45 minutos iniciais, como no desgaste natural resultante dos rudes e por vezes mal intencionados dos adversários (...) Foi com o jogo a desenvolver-se nesta toada que aos 13 minutos, GONÇALVES do centro terreno serviu TERREIRO, este progrediu até junto à linha de cabeceira depois de [driblar] VASCO, centrou atrazado para a frente da balisa onde estava MARTINHO, e este simulando o remate entregou a nas melhores condições a SIDÓNIO que não teve dificuldade em enviar a bola para o melhor sitio (...) Exactamente trinta segundos depois dos 46 minutos da ordem a bola voltou a entrar na balisa de LOZANO por obra de um magnifico lançamento de GONÇALVES ao seu extremo-direito CARLOS ALBERTO que desmarcado e isolado por descuido notório de EDERLINDO poude progredir junto à linha lateral até quase ao canto, internar-se depois, e perante a indecisão de LOZANO, preocupado ao mesmo tempo em suster o remate [ou] o centro, atirar com força e bastante felicidade pelo pequeno espaço livre por onde a bola podia passar para a balisa sem oposição [fazendo o 3-0].


# CALDAS SPORT CLUBE, 6 - SPORTING CLUBE DE LAMEGO, 1 (18 de Janeiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 25 de Janeiro de 1953, o Jornal "Gazeta das Caldas" titulava este encontro, da seguinte forma: Apesar de desfalcada de quatro dos seus titulares a equipa CALDENSE deu boa conta de si. E continuando a análise a este jogo, o mesmo Jornal afirmava:

Sob a arbitragem de EDUARDO GOUVEIA, de LISBOA, as equipas alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO, EDERLINDO e DUARTE; BASTOS e ANTÓNIO PEDRO; ORLANDO, BARNABÉ MORROS, ALBUQUERQUE, BEIRA PINHEIRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

LAMEGO: SILVA; HORÁCIO, FERREIRA e CHAVES; PAULO e TORRES; JORGE, MANUEL, CARDOSO PEREIRA, ÁLVARO e JOÃO.

De notar desde já a ausência de WILSON, LEANDRO, ANDRÉ e PASCOAL; o primeiro e o último por motivo de distenções musculares, e os outros por lesões sofridas nos últimos jogos. Por força destas baixas a equipa de CALDAS apresentou-se com alguns jogadores deslocados dos seus logares habituais, e com um estreante. Esta formação surpreendeu o público (...) [Pois] logo aos 6 minutos, ORLANDO recolhendo um bem visto passe de ALBUQUERQUE, conseguiu, utilizando o seu magnifico dominio de bola, bater o defesa esquerda e o guarda-redes visitante, animando assim a sua equipa para maiores cometimentos. Em resposta porém os lamacenses que vinham dando mostras duma decisão e dum entusiasmo bem dignos de nota, na sequência dum livre excelentemente marcado mas que foi à trave, obtiveram o golo do empate (...) Mas aos 30 minutos CHAVES, defesa esquerdo do LAMEGO (...) [jogou] ostensivamente a bola com a mão dentro da área de rigor. ANTÓNIO PEDRO, encarregado de marcar o castigo fê-lo com a calma e a técnica precisa para que o seu grupo se adiantasse no marcador. [Na segunda parte] (...) logo aos três minutos um defensor voltou a meter mão à bola na grande área e ANTÓNIO PEDRO converteu o castigo no 3.º tento dos CALDENSES (...) um minuto depois era concretisado com mais um tento de ALBUQUERQUE, e atrás deste vieram o 5.º e o 6.º um por obra do defesa TORRES que desviou um remate de ALBUQUERQUE para fora do alcance do seu guarda-redes, e o outro ainda por ALBUQUERQUE. Se mais tentos não houve, atribuimo-lo nós a falta de capacidade realisadora da avançada CALDENSE, pois o reducto defensivo adversário positivamente descontrolado permitia maior punição.


# CALDAS SPORT CLUBE, 1 - FUTEBOL CLUBE ACADÉMICO DE VISEU, 1 (25 de Janeiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 01 de Fevereiro de 1953, titulava: Apesar de numéricamente inferiorisados, no segundo tempo, os CALDENSES mereciam a vitória pela tangente. Continuando-se a análise deste encontro, da seguinte forma:

Sob a arbitragem de SANTOS MARQUES, de LISBOA, os grupos alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO, LEANDRO e ANDRÉ; ANTÓNIO PEDRO e EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, ORLANDO, ALBUQUERQUE, BEIRA PINHEIRO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

ACADÉMICO: MEDINA; TORRES, COSTA FERNANDES e FRAGATA; RODRIGUES e HERMINIO; PIPA, POVOAS, RODRIGUES, PEDRO e RAUL SILVA.

Durante a primeira parte o jogo manteve-se equilibrado quanto a dominio territorial (...) [Mas] só aos 31 minutos na jogada melhor elaborada pelo conjunto CALDENSE surgiu o primeiro tento da partida, por obra de ANACLETO que da extrema esquerda viera ao centro do terreno para rematar uma bela combinação EDERLINDO-BARNABÉ e ALBUQUERQUE este, desmarcado na extrema direita, que com um centro primoroso pôs a bola ao alcance do fulgurante pé direito do marcador (...) O tento assim obtido espantou ainda mais os CALDENSES animando-os em engodo pela balisa, e se não fora o acerto da defesa academista no corte ou intercepção das ofensivas (...) os da casa podiam chegar ao intervalo com maior diferença no marcador (...) No segundo tempo com os CALDENSES reduzidos a dez unidades em virtude de LEANDRO ter recolhido aos balneários por ordem do juiz de campo, contra as nossas previsões, o CALDAS não só se não inferiorizou como ainda esteve à beira de ganhar o encontro. Não teve a sorte por seu lado num lance em que ORLANDO bateu MEDINA e enviou a bola para as redes desertas, e também foi infeliz nos lances que precederam o golo do adversário, pois não só o pontapé de canto que lhe deu origem foi motivado por um castigo executado ao contrário, visto a falta assinalada pelo juiz de campo ter sido uma mão de RAUL SILVA, como quando da marcação do castigo de canto, LOZANO foi empurrado pelo n.º 9 adversário quando se aprestava para lançar as mãos ao esférico que vinha em boa conta para a defesa. Um pouco mais de atenção de SANTOS MARQUES ter-lhe-ia permitido observar aquela falta.


# ASSOCIAÇÃO NAVAL 1.º DE MAIO, 3 - CALDAS SPORT CLUBE, 2 (01 de Fevereiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 08 de Fevereiro de 1953, o Jornal "Gazeta das Caldas", analisava este encontro, da seguinte forma: 

Perante reduzida assistência, realizou-se no passado Domingo no CAMPO DA MATA DA FIGUEIRA DA FOZ o encontro da 2.ª volta entre a NAVAL FIGUEIRENSE e o CALDAS. As equipas apresentaram a seguinte constituição:

NAVAL: PINTO MACHADO; CRUZ e ANTÓNIO; CAMPOS, ANTÓNIO MARIA e GARCIA; PINA, ARMINDO, JACINTO, JOSÉ DA COSTA e NEVES.

CALDAS: LOZANO; VASCO e PITEIRA; EDERLINDO. GUILHERME WILSON e ANTÓNIO PEDRO, JANEIRO, BARNABÉ MORROS, ALBUQUERQUE, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

O encontro começou práticamente com um ataque do CALDAS que só não foi coroado de êxito por manifesta falta de sorte do dianteiro Caldista JANEIRO (...) O sector defensivo CALDENSE que é praticamente o ariete que se antepõe a todos os ataques, levando a maior parte das vezes a melhor nos lances das partidas anteriores, neste encontro não foi aquilo que habitualmente vale, o que muito contribuiu, possivelmente, a ausência do defesa central LEANDRO. Este jogador foi substituido pelo médio da turma preta e branca, WILSON, que não estando no seu lugar habitual não fez exibição de realce (...) LOZANO o excelente guardião do CALDAS, teve nesta partida a tarde mais infeliz desde que representa o popular clube local, sofrendo dois tentos que em circunstancias normais dada a sua comprovada classe, nunca teriam entrado. Para completar a sua infelicidade neste prélio, quando se prestava para defender o último ponto obtido pelos navalistas, caiu desamparadamente batendo com a cabeça no solo, perdendo os sentidos, felizmente esse acidente não teve consequências graves, embora tivesse sofrido uma comoção cerebral. De salientar o seu espirito de sacrificio, pois embora aconselhado para abandonar o rectângulo, preferiu continuar no seu posto quase inconsciente, tendo executado no declinar da partida uma excelente defesa (...) O CALDAS mais uma vez foi infeliz fora de casa, pois como decorreu a partida em especial na 1.ª parte e nos últimos minutos da 2.ª, teria jus ao triunfo, mas como no futebol não há lógica a vitória dos verdes e brancos tem que se aceitar sem azedume pois foram sempre voluntariosos nos lances embora que técnicamente inferior.

Marcaram os golos: pelo CALDAS, ORLANDO e ANACLETO e COSTA (2 golos) e PINA pela NAVAL.

Arbitrou o encontro o internacional PAULO DE OLIVEIRA que teve actuação meritória.


# CALDAS SPORT CLUBE, 6 - CLUBE DE FUTEBOL «OS MARIALVAS», 1 (08 de Fevereiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 15 de Fevereiro de 1953, comentava este jogo, da seguinte maneira:

Sob a direcção de MÁRIO RIBEIRO, de LISBOA, os grupos alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO e EDERLINDO; ALEIXO, GUILHERME WILSON e ANTÓNIO PEDRO; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, BEIRA PINHEIRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

MARIALVAS: FERREIRA; ZECA e NUNCIO; LINEU, CARMO e CARDOSO, SANTOS, FIGUEIRA I, SANCHO, GARRIDO e FIGUEIRA II.

(...) Terminou o primeiro tempo com o resultado em dois a zero. ORLANDO abriu o activo aos 11 minutos com um magnifico pontapé de angulo algo dificil, e BARNABÉ marcou o segundo com um golpe de cabeça aproveitando falhanço do guardião visitante na intercepção dum livre de canto executado com muita conta por ORLANDO. Podemos apontar neste primeiro periodo a calma e segurança de LOZANO, as atrapalhações de WILSON, a aplicação de ANTÓNIO PEDRO e o bom acerto de JANEIRO no comando das operações ofensivas. Na segunda parte aos 2 minutos ANACLETO fez o 3.º tento entrando rápido a confirmar quando a bola já se aproximava do risco fatal impelida com boa visão por BARNABÉ, JANEIRO de cabeça aumentou a contagem, aliás com bastas culpas para FERREIRA. Cerca do 26.º minuto é BEIRA [PINHEIRO] que saltando ao mesmo tempo que o guarda-redes visitante leva a melhor, e iguala os companheiros do ataque na contribuição para o volume do resultado. Mais cinco minutos e ORLANDO, o melhor marcador dos presentes, finalisa de cabeça com boa colocação e força um castigo executado por JANEIRO. A sete minutos do fim o n.º 10 visitante excelentemente desmarcado estabelece o resultado final da partida batendo LOZANO com um belo tiro sem preparação depois dum passe muito bem visto do seu extremo direito (...) Dum forma geral o encontro não satisfez plenamente. Por parte do CALDAS, houve muita voluntariedade, muita decisão e muito engôdo pelo golo, mas na maior parte do tempo houve bastante falta de coesão, pois nenhum dos sectores actuou verdadeiramente bem durante a partida.


# GRUPO DESPORTIVO COVILHANENSE, 1 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (15 de Fevereiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 22 de Fevereiro de 1953, o Jornal "Gazeta das Caldas" abordou este encontro, da seguinte maneira:

ESTÁDIO MUNICIPAL DA COVILHÃ,

ÁRBITRO: EDUARDO NEVES, de VISEU,

COVILHANENSE: ALVES; CAVACA e CANHOTO; RUNA, ESPINHO e PORFIRIO; DAVID, CESÁRIO, AMÉRICO, BICA e SOUSA.

CALDAS: VITOR; VASCO e GREGÓRIO; EDERLINDO, GUILHERME WILSON e ANTÓNIO PEDRO; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, MOITA e ORLANDO. TREINADOR: LOZANO.

Primeiro tempo: 1-0.

MARCADORES: RUNA e JANEIRO.

O CALDAS, na sua longa deslocação à COVILHÃ, foi buscar um ponto, único até agora, conseguido fora de casa.


# CALDAS SPORT CLUBE, 4 - GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE, 1 (22 de Fevereiro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 01 de Março de 1953, titulava que: A equipa caldense, fazendo alarde de um magnifico conjunto, pôde nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida subjugar, sem reservas, a tradicional rapidez dos penichenses. E continuando a análise a este encontro, afirmou-se o seguinte:

Sob a direcção de MANUEL LOUZADA, de SANTARÉM, os grupos alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO e ANDRÉ; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

PENICHE: CHALICA; CORREIA e BARATA; NASCIMENTO, CONSTÂNCIO e MAMEDE; BRAZ, BRUNO, RANGEL, TABORDA e FLORIANO.

Assistência numerosa e fremente de entusiasmo.

Aos 8 minutos JANEIRO abriu o activo com um tento de boa marca, e aos 20 minutos confirmou a sua boa disposição do dia colocando o marcador em 2-0. Seis minutos depois é ANACLETO que aproveita magnificamente uma saída precipitada de CHALICA, enviando a bola com boa conta por sobre um cacho de adversários, para a balisa acidentalmente defendida por MAMEDE sómente, o qual, apesar do seu belo esforço não foi capaz de evitar o tento. Com este resultado terminou o primeiro tempo. No segundo, os CALDENSES acusaram o esforço desenvolvido nos 45 minutos iniciais, permitindo certo equilibrio, mas mesmo assim cerca do quarto de hora de jogo aumentaram a contagem por intermédio de ORLANDO depois duma boa combinação da asa esquerda do ataque. Já próximo do fim da partida, FLORIANO aproveitando um bem medido passe da direita, e perante a passividade da defesa local, estabelece o resultado final da partida (...) Na equipa CALDENSE (...) tudo carrilou bem nos primeiros quarenta e cinco minutos. Defesa, média e ataque actuaram com uma consciência de conjunto e de entreajuda só a espaços vislumbrados noutros encontros, e por isso estão de parabéns.


# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO DE COIMBRA, 2 (01 de Março de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 08 de Março de 1953, o Jornal "Gazeta das Caldas", titulava: Vitória justa dos caldenses contra um adversário que lhes deu boa réplica lutando animosamente até ao fim, por um resultado melhor. E continuando a sua análise a este jogo, afirmou-se o seguinte:

Sob a Arbitragem de MÁRIO RIBEIRO SANCHES os grupos alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO e ANDRÉ; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

UNIÃO: CELSO; VELHA e LUÍS LOPES; MOTA GOMES, CARVALHO e GOMES; FRANCISCO LOPES, CARVALHO II, MATOS DIAS, NARCISO e NORONHA.

Logo de inicio os CALDENSES lançados ao ataque impuzeram aos visitantes a necessidade duma defensiva atenta, o que não impediu o êxito daqueles logo aos 4 minutos por intermédio de ORLANDO que surpreendeu CELSO com um pontapé a distância forte e bem colocado. Longe de desanimar, a turma de Coimbra (...) aos 30 minutos CARVALHO II estabeleceu o empate, enfiando o esférico pelo angulo mais dificil para LOZANO. Com a obtenção deste tento terminou o ascendente dos visitantes, e cinco minutos decorridos, ORLANDO novamente e em gesto semelhante ao primeiro opõe a diferença, que ANTÓNIO PEDRO quanto a nós e ainda ORLANDO quanto ao juiz da partida, havia de aumentar, para estabelecer o resultado de 3-1 com que terminou o primeiro período. Os quarenta e cinco minutos seguintes foram de equilibrio territorial, mas caracterisados por lances ofensivos de maior perigo por parte dos CALDENSES que não foram transformados em tentos; e contra o que seria lógico e esperado são os UNIONISTAS que alteram o resultado da primeira parte marcando de grande penalidade rigorosissimamente assinalada pelo árbitro, o seu segundo tento por intermédio de F. LOPES, a quatro minutos do final da partida (...) duma forma geral a turma da casa foi digna da vitória pois manifestou superioridade nos sectores defensivos e ofensivos (...) E assim mesmo mais, por consequência da táctica usada no segundo tempo - recuo sistemático desse sector caldense para reforço da defesa, a fim de assegurar o 3-1 -, do que propriamente pelo confronto da acção ou dos valores individuais.


# CALDAS SPORT CLUBE, 4 - CLUBE DE FUTEBOL BENFICA, 1 (08 de Março de 1953) - (JOGO PARTICULAR).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 15 de Março de 1953, comentava este encontro, da seguinte maneira:

Aproveitando o seu 2.º Domingo de descanso nesta fase do Torneio da II Divisão Nacional, o CALDAS disputou no CAMPO DA MATA mais um jogo amigável com o simpático GRUPO DO FUTEBOL DE BENFICA. Apesar dos benfiquistas não serem o que se pode chamar um bom cartaz, o público afluiu em número relativamente elevado, e por certo o fim que pretendia atingir, ou seja, a preparação dos seus atletas com vista ao encontro de hoje, foi atingido. Os grupos alinharam:

CALDAS: LOZANO (LOURO); VASCO (EVARISTO) e ANDRÉ; GUILHERME WILSON (J. LUIS), LEANDRO (PAULO) e EDERLINDO, BARNABÉ MORROS, JANEIRO (MARTINS), ANACLETO (NEVES), ANTÓNIO PEDRO (BEIRA PINHEIRO) e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

F. BENFICA: MARTINS; MOREIRA e ANTUNES; AUGUSTO, FILIPE e IBRAIM; JOSÉ MARIA, ESTEVÃO, VALENTIM, JORGE e LUCAS.

Na primeira parte 2-1: golos de BARNABÉ aos 21 e 30 minutos e JOSÉ MARIA aos 7 pelos visitantes.

No segundo tempo 2-0 golos de ANACLETO aos 10 e BEIRA [PINHEIRO] aos 24 minutos.


# CALDAS SPORT CLUBE, 2 - SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 1 (15 de Março de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

Na sua edição de 22 de Março de 1953, o Jornal "Gazeta das Caldas", analisava este chamado de "Derby do Oeste", da seguinte forma:

Sob a arbitragem de ANTÓNIO RODRIGUES DOS SANTOS, de LISBOA, as equipas alinharam:

CALDAS: LOZANO; VASCO e PITEIRA; GUILHERME WILSON, LEANDRO e EDERLINDO; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

TORREENSE: MARQUES; MERGULHO e ANTÓNIO AUGUSTO; OLIVEIRA, GATO e GONÇALVES; CARLOS ALBERTO, CARAMELO, SIDÓNIO, MARTINHO e ANDRADE. TREINADOR: JOSÉ MOTA.

Primeiro tempo: 0-1.

MARCADORES: Aos 20 minutos numa boa jogada de triangulação, entre SIDÓNIO, MARTINHO e ANDRADE permitiu a este último, sem oposição do adversário, à sua guarda a obtenção do único tento dos TORREENSES, que por sinal foi muito bem marcado.

Aos 3 minutos do 2.º tempo o CALDAS estabelece o empate por intermédio de ANACLETO, que aproveitando um «frango» do guardião torreense que não colocou com a devida segurança um pontapé rasteiro dado fora da grande área por EDERLINDO, o que permitiu ao avançado caldense fazer a recarga sem qualquer oposição.

Aos 14 minutos, o CALDAS é punido com uma grande penalidade por mão intencional de LEANDRO que MARTINHO marcou mas que LOZANO defendeu enviando a bola para canto que nada resultou.

Aos 16 minutos, ANTÓNIO PEDRO pondo termo a uma jogada de confusão em frente das redes do TORREENSE, provocada também por MARQUES, obteve o golo da vitória fazendo, portanto o resultado final (...)

O CAMPO DA MATA a que um dia teremos satisfação de chamar Estádio, registou no Domingo passado uma assistência de que não há memoria (...) Num primeiro tempo, feito um balanço atento á actividade desenvolvida pelas equipas o resultado com que terminou, aceita-se perfeitamente, dado que os torreenses por intermédio do seu extremo-direito aproveitaram magnificamente um dos poucos erros da defesa dos caldenses, enquanto que estes embora delineando esquemas de ataques mais claros, que lhes proporcionaram mais ocasiões de tento, não tiveram talento para as aproveitar.

Como é de calcular o entusiasmo na cabine dos vencedores era esfusiante embora o cansaço bem justificado, fosse notório.

Ouvimos em primeiro lugar o correcto e valoroso capitão da turma caldense WILSON que com a sua habitual amabilidade nos transmitiu. «Gostei bastante da partida, espectáculo de nervos e de constante emoção. Jogo de campeonato, viril, mas correcto e parece-me que ganhámos bem».

LOZANO, o categorizado guardião e treinador da equipa que visivelmente emocionado apenas nos disse, apontando para os seus colegas: «cada um deles deu o melhor do seu esforço e aqui estamos gozando esta enorme alegria (...)

São do Sr. ARTUR CAPRISTANO, PRESIDENTE do CALDAS, as seguintes palavras: «Acho que o resultado é honroso para o TORREENSE».


# SPORTING CLUBE DE LAMEGO, 1 - CALDAS SPORT CLUBE, 3 (22 de Março de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).

O Jornal "Gazeta das Caldas", na sua edição de 29 de Março de 1953, comentava este jogo, da seguinte maneira:

Jogo no Estádio Municipal de Lamego,

Sob a Arbitragem de MATEUS PINTO SOARES, do PORTO, os grupos alinharam:

LAMEGO: FIUZA, HORACIO, TORRES e CHAVES; PAULO e JORGE, CARDOSO PEREIRA; ALVARO, JOÃO, FERREIRA e MANUEL.

CALDAS: LOZANO; VASCO, LEANDRO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON e PITEIRA; BARNABÉ MORROS, JANEIRO, ANACLETO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.

GOLOS obtidos por ANACLETO, aos 30 minutos, e MANUEL, aos 42 minutos. Na segunda parte, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO marcaram os restantes golos do CALDAS.

Terminou no passado Domingo a 2.ª fase do CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO (...) O CALDAS SPORT CLUBE, com uma ponta final excelente foi a LAMEGO vencer os leões daquela Vila, classificando-se no 4.º lugar, posição que quanto a nós está de harmonia com as possibilidades da popular colectividade local (...) Se nos lembrarmos que no ano anterior o CALDAS disputou a III Divisão...

Assim ficou a classificação final desta Zona B da 2.ª Divisão Nacional:

1.º - ACADÉMICO (de Viseu) - 28 pontos - Segue para uma 3.ª Fase para uma eventual subida à 1.ª Divisão Nacional;

2.º - TORREENSE - 24 pontos - Segue para uma 3.ª Fase para uma eventual subida à 1.ª Divisão Nacional;

3.º - U. COIMBRA - 20 pontos;

4.º - CALDAS SPORT CLUBE - 19 pontos;

5.º - PENICHE - 18 pontos;

6.º - NAVAL - 13 pontos; 

7.º - LAMEGO - 8 pontos;

8.º - MARIALVAS - 7 pontos;

9.º - COVILHANENSE - 7 pontos.