Caldas Sport Clube 1954/55

Caldas Sport Clube 1954/55

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Torneio de Competência para a 2.ª Divisão - Época 1961/1962


Como vimos na época 1961/1962, o CALDAS SPORT CLUBE, entre 14 equipas, classificou-se no 12.º lugar, obtendo a pontuação de 19 pontos. Teve 7 vitórias, 5 empates e 14 derrotas, com o "golo-average" desfavorável de 24 golos marcados, mas 48 sofridos. Tendo sido o seu melhor marcador, o jogador JANITA, com 7 golos marcados. O CLUBE DESPORTIVO FEIRENSE acabou por ganhar a Zona Norte, ascendendo, assim à 1.ª Divisão Nacional. Descendo à 3.ª Divisão, o SPORT CLUBE VILA REAL (13.º lugar) e o GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE (14.º lugar e último). 

O CALDAS (12.º lugar) e o TORREENSE (11.º lugar) tiveram que disputar uma espécie de liguilha, chamado na altura de Torneio de Competência, para se manterem na 2.ª Divisão, com o LEÇA FUTEBOL CLUBE e o CLUBE FUTEBOL "OS MARIALVAS" (ambos da 3.ª Divisão Nacional). Assim:


# 1.º Jogo: CALDAS, 2 - TORREENSE, 0 (17 de Junho de 1962).

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Henrique Silva, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; António Pedro e Orlando, Pinto da Rocha, Mirita, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE: Pinheiro; Telmo, Humberto e Luís, Abílio e Nuno, Nineu, Carlos António, Narciso, José da Costa e Bezerra. Treinador: Janos Hrotkó.

Ao intervalo: 0-0.

Marcaram aos 22 minutos, PINTO DA ROCHA, na sequência da marcação de um canto, com uma entrada fulgurante de cabeça; e dois minutos após, o mesmo jogador, em voo, e de cabeça, fixou o resultado em 2-0.


CRÓNICA DO JOGO (pelo jornalista Santos Costa, Jornal "Mundo Desportivo"): Durante o primeiro tempo amas as equipas se denunciaram em jogo negativo. Tanto uma como outra pareciam apostadas em praticarem um futebol aos repelões, e como castigo para os dois «onzes» o nulo justifica-se. Na segunda parte a equipa caldense pareceu despertar de um «sonho» e, quando António Pedro, aos 2 minutos (47 minutos), foi rasteirado por Telmo dentro da grande área e Cardoso, na marcação da mesma, atirou de maneira a proporcionar a Pinheiro uma boa defesa, deu-nos a impressão que todos os jogadores caldenses se convenceram de que não perderiam o jogo [o que realmente acabou por acontecer].


# 2.º Jogo: MARIALVAS, 1 - CALDAS, 0 (21 de Junho de 1962).

Campo Municipal, em Cantanhede,

Árbitro: Porfírio de Silva, de Aveiro,

CLUBE DE FUTEBOL "OS MARIALVAS": Arménio; Rua, Reis e Patrocínio; Manuel e Delfim, Vagos, Armindo, Sancho, Carvalho e Jorge. Treinador: ?.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim, Orlando e Lenine; Pinto da Rocha, Mirita, Tomé, António Pedro e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

Ao intervalo: 1-0.

Golo marcado aos 44 minutos, por VAGOS, que habilidosamente traiu o guarda-redes e atirou a contar.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O encontro teve duas partes distintas: equilibrado nos dois períodos de 30 minutos de cada parte e nos últimos quartos de hora, domínio dos locais na 1.ª parte e do Caldas na segunda. O empate, porém este à vista, com um remate que embateu na trave. 


# 3.º Jogo: LEÇA, 3 - CALDAS, 1 (24 de Junho de 1962).

Campo do Leça Futebol Clube, em Leça da Palmeira (Matosinhos),

Árbitro: Mário Costa, de Braga,

LEÇA FUTEBOL CLUBE: Henriques; Gentil, Garcia e Peneda, Albano e Martinho; Tavares, Campota, Ramos, Monteiro e Ferrinha. Treinador: ?.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim, Gonzalez e António Pedro, Pinto da Rocha, Carapinha, Vítor, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

Ao intervalo: 0-1.

Logo nos 30 segundos de jogo os visitantes inauguraram o marcador obtendo por intermédio e VÍTOR o seu único golo.

O resultado só na segunda parte viria a sofrer alteração favorável á «equipa do mar». Registaram-se aos 3 (48 minutos), 31 (76 minutos) e 37 (82 minutos), respectivamente golos de RAMOS, ALBANO (de penalty, muito contestado) e MONTEIRO.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Muito cedo privado do concurso de António Pedro, que se lesionou, sendo obrigado a abandonar o campo, na segunda parte. O Caldas com um futebol fechado e cauteloso soube defender até ao intervalo a preciosa vantagem de 1 golo. No 2.º tempo, a despeito da corajosa e brilhante exibição da defesa forasteira, com Gonzalez e João Resende em grande plano, os leceiros acabaram por impor o seu entusiasmo. Albano alimentou com muito apropósito o sector dianteiro, onde Ferrinha se mostrou decepcionante, em profundo contraste com a tenacidade de Ramos, Campota e Monteiro.


# 4.º Jogo: TORREENSE, 3 - CALDAS, 0 (01 de Julho de 1962).

Campo das Covas, em Torres Vedras,

Árbitro: Crisógno Lopes, de Santarém,

SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE: Pinheiro; Nuno, Humberto e Luís; Abílio e Carlos António, Nineu, Bernardes, Narciso, José da Costa e Bezerra. Treinador: Janos Hrotkó.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Gonzalez e Carapinha; Pinto da Rocha, Ulisses, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

Ao intervalo o marcador acusava apenas um golo. Este verificou-se aos 22 minutos e resultou de um «balão» sobre a baliza dos visitantes, a que  defesa destes não ocorreu com a presteza necessária. Da primeira vez Bernardes desferiu o remate mas a bola após tabelar num jogador caldense foi parar aos pés de NINEU, a quem foi fácil atirá-la para as redes desertas.

Ainda dentro do quarto de hora que se seguiu ao reatamento vieram os 2-0 e com eles a concretização do triunfo dos donos do campo. Este tento foi semelhante ao anterior, pois surgiu, igualmente, de uma recarga oportuna, depois de Rita deixar escapar o esférico. Foi NARCISO o marcador e fê-lo com uma «cabeça» para a baliza abandonada.

A 10 minutos do final o resultado ficou estabelecido. Bezerra apontou um «canto» e no seguimento NINEU, de cabeça, obteve o último golo da partida.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Entre os vencidos, João Resende cotou-se como o mais batalhador e Gonzalez lutou muito, mas sem procurar servir os companheiros...Com esta vitória o Torreense deve ter assegurada a permanência na II Divisão Nacional, daí a alegria exuberantemente demonstrada no final, quando os seus jogadores saltaram, abraçaram-se e deram uma volta ao rectângulo, escutando prolongados aplausos dos seus simpatizantes.


# 5.º Jogo: CALDAS, 8 - MARIALVAS, 2 (08 de Julho de 1962).

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Manuel Neto, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Ulisses, Gonzalez e Rogério; Lenine e Carapinha, Vítor, Rui, Janita, Pinto da Rocha e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

CLUBE DE FUTEBOL "OS MARIALVAS": Clemente; Rua, Reis e Patrício; Manuel Carlos e Delfim, Rui, Diogo, Sancho, Carvalho e Jorge. Treinador: ?.

Ao intervalo: 4-1 - golos de CARDOSO, aos 24 minutos; RUA, aos 38, na própria baliza, e JANITA, aos 39 e 44 minutos. CARVALHO, aos 45 minutos fez o tento do Marialvas.

No segundo tempo marcaram: aos 8 minutos (53 minutos); JANITA, aos 35 minutos (80 minutos); DIOGO (do Marialvas) aos 37 (82 minutos), PINTO DA ROCHA, aos 39 (84 minutos), RUI, e aos 44 (89 minutos), CARDOSO.

Ao cabo, uma partida de final de época sem rentabilidades a registar.


# 6.º Jogo: CALDAS, 2 - LEÇA, 0 (15 de Julho de 1962).

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Ilídio Cucho, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Ulisses, Gonzalez e Rogério, Carapinha e Lenine; António Pedro, Pinto da Rocha, Janita, Quim e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

LEÇA FUTEBOL CLUBE: José Henriques; Gentil, Garcia e Penedo; Albano e Martinho, Pinhal, Ferrinha, Monteiro, Tavares e Ramos. Treinador: ?.

Os golos foram feitos na primeira parte: aos 18 minutos, por JANITA, e, aos 35, por QUIM.

INCIDÊNCIA DO JOGO: Aos 41 minutos o Caldas ficou reduzido a dez unidades, por Lenine ter sido expulso, devido a uma falta que não descortinámos.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): No que diz respeito ao aspecto técnico da partida esta foi muito pobre...Das poucas jogadas boas, as que houve foram pertença dos caldenses. Os leceiros não mostraram capacidade para estarem situados no lugar cimeiro da classificação.


O CALDAS SPORT CLUBE, neste Torneio de Competência, acabou por ficar em 3.º lugar (com 6 pontos, devido a 3 vitórias e 3 derrotas), atrás de TORREENSE (1.º lugar, com 8 pontos, mantendo-se na 2.ª Divisão) e LEÇA (2.º lugar, também com 8 pontos, subindo, assim à 2.ª Divisão), sendo, assim, relegado para a 3.ª Divisão Nacional, após 4 épocas seguidas na 1.ª Divisão Nacional e 3 épocas consecutivas na 2.ª Divisão Nacional.


domingo, 16 de dezembro de 2018

2.ª Divisão (Zona Norte) - Época 1961/1962 - 2.ª volta

# 14.ª Jornada: TORREENSE, 1 - CALDAS, 1 (21 de Janeiro de 1962).

Na crónica do jornalista Augusto Silva, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 22 de Janeiro de 1962, titulava-se: "Resultado certo num encontro movimentado".

Campo das Covas, em Torres Vedras,

Árbitro: Pena da Silva, de Lisboa,

SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE: Pinheiro; Cacimbo, Humberto e Abílio; Bernardes e José da Costa; Bezerra, Aníbal, Carlos António, Narciso e Mendes. Treinador: Janos Hrotkó.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Lenine, Rui, Gonzalez, António Pedro e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

Ao intervalo: 1-0.

Estavam decorridos 28 minutos de jogo quando os locais obtiveram o golo. Dentro da grande área dos visitantes, CARLOS ANTÓNIO elevou-se muito bem e, de cabeça, tocou o esférico para as malhas sem possibilidades de defesa para Rita.

Os visitantes estabeleceram a igualdade aos 17 minutos (62 minutos), VASCO OLIVEIRA, de posse do esférico, correu pelo centro do terreno. Ao seu encontro veio Humberto, que falhou a entrada do lance. Como o caminho da baliza completamente livre, o médio caldense nada mais teve que correr para lá, Pinheiro saiu, mas Vasco Oliveira, habilidosamente, rematou fora do seu alcance.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Como era de prever, o sempre apreciado «derby» regional despertou uma onda de entusiasmo no enfraquecido interesse que esta época estão a demonstrar tanto os torrienses como os caldenses. Deste modo, houve toda aquela série de pequenos episódios que, dentro e fora do campo, costumam assinalar esta espécie de encontros. [No primeiro tempo] a equipa da casa, cheia de juventude, pareceu logo desde o início, disposta a dominar...A verdade é que, passados os primeiros minutos, os visitantes começaram a deparar cada vez com maiores dificuldades, não se adaptando de maneira alguma ao sistemático jogo alto que o adversário impunha...Durante muito tempo o Caldas foi uma equipa bastante desorganizada. Foi o período de brilhar a grande altura o seu defesa central João Resende, sempre uma barreira intransponível para os avançados de Torres Vedras. Demonstrando uma antevisão das jogadas verdadeiramente impressionante, não só mandou na sua zona como respondeu pela dos laterais, sempre que estes eram batidos…[No segundo tempo] os caldenses revelaram as suas intenções: foi na sistemática procura de um jogo organizado e rente ao solo capaz de envolver e enlear a defesa de Torres Vedras...António Pedro, no estilo discreto que a sua veterania ainda permite, passou a conduzir jogo a lançar passes em profundidade, a procurar meter o esférico nos espaços vazios…[dando origem ao golo aos 17 minutos, numa] finalização justa de uma série de jogadas bem concebidas daquelas em que tem tudo é músculo...O melhor jogador em campo, em plano superior mesmo, foi o cabo-verdiano João Resende…


# 15.ª Jornada: CALDAS, 0 - PENICHE, 2 (04 de Fevereiro de 1962).

Na crónica do jornalista Sousa Varela do Jornal "A Bola", publicada na edição de 05 de Fevereiro de 1962, titulava-se: "Quando os atacantes de atacantes só têm o nome".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Manuel Paiva, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita (substituído por Vítor, aos 31 minutos); Rogério e Quim; Orlando, João Resende e António Pedro; Lenine, Rui, Gonzalez, Vasco Oliveira e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE: Aurélio (ex: Caldas); Franco e Tito; Medeiros, Varela e Lídio; Rogério, Manuel Jorge, Rosário, Duarte e Correia Dias. Treinador: Ramon Ibãnez.

O resultado foi feito na primeira parte com golos de MANUEL JORGE, numa recarga a um remate de Duarte rechaçado por Rita e CORREIA DIAS, de grande penalidade, aos 31 e 33 minutos.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Iniciada a partida logo o Peniche, lançando-se para a frente com entusiasmo, conseguiu dois «cantos» quase seguidos, mas de cuja marcação nada resultou. Os jogadores de ambas as turmas acusavam grande nervosismo e as jogadas não se apresentavam ligadas, com muitos ressaltos de bola a provocar lances fortuitos mas por vezes perigosos...Na segunda parte, o Caldas fez alterações na equipa: João Resende passou para avançado-centro  e Faustino Gonzalez para defesa central. O jogo passou a ser disputado com mais equilíbrio mas não surgiram quaisquer oportunidades de golo às duas equipas.


# 16.ª Jornada: BOAVISTA, 2 - CALDAS, 0 (11 de Fevereiro de 1962).

Na crónica do jornalista Pereira Leite, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 12 de Fevereiro de 1962, titulava-se: "Chicotada psicológica contra chicotada psicológica".

Campo Dr. Mascarenhas Júnior, no Porto,

Árbitro: Henrique Costa, de Aveiro,

BOAVISTA FUTEBOL CLUBE: Avelino (Rocha); Ribeiro e Pacheco; Jambane, Franco e Honório; Cipriano, Cabral, Germano, Rolando e Vieira. Treinador: Artur, em substituição de Bernabé Puertas Marco, mais conhecido por Berna.

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; João Resende e Rogério; Orlando, Gonzalez e Vasco Oliveira, Fernando Bispo, Mirita, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian (um regresso ao clube), em substituição de António Pedro.

Resultado da primeira parte: 0-0.

Marcadores: 1-0, aos 55 minutos, por VIEIRA; 2-0, aos 58 minutos, por CABRAL.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Não correspondendo, inteiramente, ao que delas seria justo esperar, as equipas do Boavista e do Caldas substituíram, esta semana, os seus técnicos. Artur no Boavista e Fabian, no Caldas, foram as personalidades usadas para as chamada «chicotadas psicológicas», que se alguma virtude poderiam trazer às suas equipas, seria a de insuflarem confiança, a traduzir-se numa transcendente aplicação. Ora, ainda que não possamos ignorar a boa vontade de todos os elementos, que constituíram as duas equipas, a verdade é que não houve um único facto visível que caracterizasse ou identificasse o salvatério. Foi mesmo uma desilusão, quer nos aspectos técnico-tácticos, quer, ainda, no entusiasmo invulgar que a mudança de orientação sempre acarreta...O Caldas...desiludiu, até porque o adversário lhe entregou preciosos trunfos que não soube ou não ôde aproveitar, o principal dos quais foi o abandono do meio campo que o Caldas desprezou, em alarde de má visão táctica. O seu ataque, apenas uma vez, aos 38 minutos, teve ocasião de alcançar o golo, numa série de remates sempre rechaçados, aliás com muita dose de sorte para os defensores locais.


# 17.ª Jornada: CALDAS, 0 - SP. ESPINHO, 1 (18 de Fevereiro de 1962).

Na crónica do jornalista Sousa Varela, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 19 de Fevereiro de 1962, titulava-se: "Como foi possível perder o jogo?".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: António Teixeira, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; João Resende e Rogério; Orlando, Gonzalez e Vasco Oliveira; Fernando Bispo, Mirita, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

SPORTING CLUBE DE ESPINHO: Arnaldo; Padrão e Alberto, Adriano, Valter e Alcobia; Pinhal e Laranjeira, David, Vladimiro e Bouçon. Treinador: ?

O único tento da partida foi marcado por DAVID, aos 26 minutos.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Como foi possível o Caldas perder o jogo com o Sporting de Espinho?. Esta interrogação estava na boca de todos os que assistiram á partida. A turma local, que já durante a primeira parte tinha exercido acentuado domínio, só a espaços cortado por contra-ataques dos forasteiros, foi, na segunda metade do encontro, senhora absoluta do terreno…[Mas ainda na primeira parte] e contra a corrente do jogo surgiu o único golo da partida: avançada de Vladimiro pela esquerda e remate sesgado, a que Vítor só se pôde opor com uma palmada na bola; este descaiu para o lado direito onde estava David, isolado, e que não teve dificuldade em marcar. Na segunda parte, a feição da partida não se modificou. Aos 11 minutos, no entanto, os forasteiros quase viram aumentada a sua vantagem: João Resende, ao tentar passar a Vítor, lançou a bola contra o poste ficando esta a saltitar perto da linha de golo. Valeu a entrada de Faustino [Gonzalez] que conseguiu afastar o esférico.


# 18.ª Jornada: SANJOANENSE, 2 - CALDAS, 0 (04 de Março de 1962).

Na edição de 05 de Março de 1962, do Jornal "A Bola", titulava-se: "Tardou a confirmação".

Campo Conde Dias Garcia, em São João da Madeira,

Árbitro: Armando Faria, do Porto,

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA SANJOANENSE: Ramiro; Carlos e Almeida; Calhau, Alvarez e Gaspar; Gonçalvez, Lima, Augusto Baptista, Gomes e Grilo. Treinador: Daniel Duarte Silva.

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; João Resende e Rogério; Carapinha, Gonzalez e Vasco Oliveira, Fernando Bispo, Orlando, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

Ao intervalo: 0-0. 

Marcadores: AUGUSTO BAPTISTA e GRILO, respectivamente, aos 67 e 87 minutos.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Exactamente como se refere no título, tardou a confirmação da superioridade, sobretudo do ponto de vista territorial, tomando como tal expressão a sua flagrante insistência sobre a grande área defendida pelos caldenses. E tardou a concretizar-se essa superioridade, porque até aos derradeiros minutos, se admitiu sempre a hipótese de o Caldas num contra ataque...conseguir a igualdade.


# 19.ª Jornada: CALDAS, 0 - BENFICA E CASTELO BRANCO, 2 (11 de Março de 1962).

Na edição de 12 de Março de 1962, do Jornal "Mundo Desportivo", titulava-se: "A defesa albicastrense garantiu uma vitória afortunada".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Arbitro: Mário Vidreiro, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; João Resende, Vasco Oliveira, Gonzalez; Rogério e Orlando; Janita, Carapinha, Fernando Bispo, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

SPORT BENFICA E CASTELO BRANCO: Carujo; Ângelo, H. Silva e Inácio; Wilson e Bruno I; Mateus, Ramos, Lagarto, Bruno II e Cunha Velho. Treinador: ?.

Na primeira parte 0-1.

Aos 18 minutos por LAGARTO, na conclusão de uma iniciativa do extremo Cunha Velho, que centrou bem para Rogério falhar e o n.º 9 beirão não deixa fugir o claro ensejo.

Aos 70 minutos, a fortuna favoreceu os visitantes e com ela foi possível o 2.º golo, a definir posições. Um livre batido por Wilson parecia ir proporcionar defesa fácil de Vítor quando JOÃO RESENDE, interpondo-se no lance, marcou nas próprias redes.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O Caldas, com um novo arranjo nas suas linhas atrasadas, começou o desafio em boa cadência, perdendo Fernando Bispo, logo nos primeiros instantes da pugna, magnífica ocasião de marcar. Os visitantes aparentando maior robustez e desembaraço, foram assentando o eu jogo e não há dúvida que o facto de não ter tardado o 1-0 ajudou-os muito...O Castelo Branco jogou bem em contra ataque e quando o 1-1, se esperava a meio da 2.ª parte, veio o afortunado golo da confirmação, a fazer descoroçar os caldenses, garantindo aos «encarnados» os desejados 2 pontos...O Caldas «lanterna-vermelha», foi infeliz quando se lhe negara umas tantas oportunidades para o 1-1. A inoperância do ataque, mal antigo, foi notória.


# 20.ª Jornada: SERNACHE, 0 - CALDAS, 1 (18 de Março de 1962).

Na edição de 18 de Março de 1962, do Jornal "Mundo Desportivo", titulava-se: "A equipa visitante foi sempre superior".

Campo Nuno Álvares, em Sernache,

Árbitro: José Calado, de Santarém,

GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE: Vítor; Rocha, Manuel Costa e Isaac; Artur e Matiota; Duarte, Midões, Herculano, Salvado e Jerónimo. Treinador: Diogo.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; João Resende, Gonzalez e Quim, Orlando e Vasco Oliveira, Rogério, Pinto da Rocha, Mirita, Janita e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

O único tento da partida foi obtido por JANITA, aos dez minutos da primeira parte.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A equipa visitante, mais experiente e com melhor conjunto, patenteou bem esses predicados ao longo de toda a partida. Sem ter realizado exibição de vulto...jogou o suficiente para se impor a um adversário em dia de má inspiração.


# 21.ª Jornada: CALDAS, 2 - VILA REAL, 0 (01 de Abril de 1962).

Na crónica do jornalista Matos Serras, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 02 de Abril de 1962, titulava-se: "E foram muitos golos para avançados que não rematam".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: António Calheiros, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Vasco Oliveira e Orlando; Bispo, Mirita, Tomé, António Pedro e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

SPORT CLUBE VILA REAL: Vítor; Quim, Platas e Morais; Padilha e Bibelino, Amaral II, Abílio, Santos, Albano e Amaral I. Treinador: José João.

Os locais abriram o activo aos 19 minutos da primeira parte. O tento resultou de uma falta de serenidade dos defensores vila-realenses, que deixaram a sua baliza desguarnecida, permitindo assim que MIRITA, á vontade acorresse a receber um centro de Tomé e se antecipasse ao guarda-redes.

O golo que trouxe a tranquilidade aos vencedores só apareceu a escassos 5 minutos do final. Um remate de Mirita embateu no poste e do lance nasceu um «canto», que o mesmo jogador apontou. A bola foi repelida, mas, de longe, ORLANDO tentou a sua sorte e foi feliz, batendo Vítor, com certas culpas para este.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A explicação cabal da modesta posição conhecida pelo Caldas e Vila Real ficou bem expressa no padrão verificado nesta partida. Realmente quer visitados quer visitantes mostraram uma confrangedora ausência de remate, levando 90 minutos sem...qualquer delas, desferir meia dúzia de remates dignos desse nome...Foi, na verdade, um jogo disputado com uma vivacidade enorme, sem desânimo, antes com a incerteza do resultado a criar um clima de expectativa febricitante.


# 22.ª Jornada: CALDAS, 2 - FEIRENSE, 1 (08 de Abril de 1962).

Na crónica do jornalista Santos Costa, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 09 de Abril de 1962, titulava-se: "Modesta exibição do «leader» da prova nortenha".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Rogério de Melo Paiva, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Vasco Oliveira e Orlando; Lenine, Mirita, Janita, Tomé e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

CLUBE DESPORTIVO FEIRENSE: Martin; Dinis, Campanhã e Oliveira; Lopes e Ernesto; Raimundo, Brandão, Rui Maia, Ramalho e Eduardo. Treinador: Rui de Araújo.

Aos 26 minutos, um desentendimento entre João Resende e Rita, foi muito bem aproveitado por BRANDÃO para abrir o activo a favor do Feirense.

Aos 36 minutos, JANITA marcou, de cabeça, o golo do empate depois de receber a bola de Vasco Oliveira.

No segundo tempo, aos 11 minutos (56 minutos), JANITA aproveitou muito bem um falhanço de Campanhã, para marcar o segundo golo do Caldas.

INCIDÊNCIA DO JOGO: Aos 36 minutos, Dinis carregou irregularmente Cardoso dentro da área de rigor, tendo o árbitro assinalado «penalty», que marcado por João Resende, foi muito bem defendido por Martin.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O jogo aguardado com interesse desiludiu por completo todos os que esperavam ver o grupo visitante, «leader» da Zona Norte praticar um futebol de razoável categoria. Afinal, algum bom futebol que se viu foi por parte dos caldenses, que devem ter realizado  melhor exibição da época no Campo da Mata. Todos os seus sectores funcionaram como se fossem uma única peça. No entanto, houve três jogadores que se salientaram: Lenine, que embora com o número sete nas costas, fez todo o jogo no lugar de interior-esquerdo, com a missão de «armador», sendo o melhor jogador em campo; Rita com um punhado de boas defesas a dar confiança à equipa, e Vasco Oliveira.


# 23.ª Jornada: MARINHENSE, 3 - CALDAS, 1 (15 de Abril de 1962).

Na crónica do jornalista António Garrido (seria futuramente um árbitro internacional, que esteve presente em dois Mundiais consecutivos, o de 1978, na Argentina e o de 1982, em Espanha), do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 16 de Abril de 1962, titulava-se: "Tarefa árdua coroada com um triunfo justo".

Campo da Portela, na Marinha Grande,

Árbitro: Renato Santos, de Coimbra,

ATLÉTICO CLUBE MARINHENSE: Serrano; Artur, Zeca e Pinho; Vaz e Reis, Isidro, Garcia, Coutinho, Guilherme e Cafum. Treinador: Mário Imbelloni.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Vasco Oliveira, João Resende e Quim, António Pedro e Orlando, Lenine, Tomé, Janita, Mirita e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

O primeiro golo surgiu, aos 43 minutos, por GARCIA, de cabeça, na sequência de um canto, apontado por Isidro.

Aos 47 minutos, o caldense MIRITA apontou o golo do empate.

2-1. Num centro de Garcia, o guarda-redes Rita não interceptou e VAZ não perdoou á boca das redes.

3-1. Aos 87 minutos, depois de uma boa simulação e Garcia e COUTINHO na passada atirou forte e colocado.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Os locais em excelente posição para discutirem o primeiro lugar da sua zona tiveram neste jogo com o Caldas tarefa difícil...Tentaram os marinhenses, logo nos primeiros minutos, fazer o resultado, começando a «todo o gás», mas os visitantes, com uma defesa bem escalonada, impediam que eles concretizassem em golos...Em contrapartida as respostas dos caldenses punham a defesa da casa em sobressalto, devido ás constantes trocas de bolas feitas pelos avançados...Impressionaram agradavelmente os caldenses, o eu nos leva a pensar que a sua classificação não é compatível com o seu real valor. Formam uma equipa experiente, com uma defesa rude, onde existe entreajuda, e um ataque habilidoso que apenas peca por não rematar.


# 24.ª Jornada: CALDAS, 1 - OLIVEIRENSE, 1 (13 de Maio de 1962).

Na crónica do jornalista Santos Costa, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 14 de Maio de 1962, titulava-se: "A defesa visitante actuou com inteligência".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Aníbal Oliveira, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Rogério e Quim; António Pedro, João Resende e Orlando, Lenine, Mirita, Janita, Tomé e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

UNIÃO DESPORTIVA OLIVEIRENSE: Ferdinando; Branca e Armindo; André, Pinho II e Costa; Vaz, Pires, Amandio, Celso e Martins. Treinador: Alexandre Peics.

Aos 43 minutos, JANITA, depois de receber um passe de Cardoso, fez passar o esférico por cima de Ferdinando, obtendo assim o primeiro golo do desafio.

Aos 60 minutos, AMANDIO, na sequência de um canto estabeleceu o empate.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Coube ao Caldas a escolha do campo e assim...principiou o jogo a favor do vento, que soprava bastante forte. Beneficiando desta circunstância o Caldas lançou-se deliberadamente ao ataque mas no entanto os seus avançados não conseguiram romper a boa organizada defesa visitante...No segundo tempo, com o vento a seu favor e com um golo de desvantagem, a Oliveirense aventurou-se mais ao ataque…[obtendo o empate]...A partir deste momento a Oliveirense fez recuar os seus interiores com nítida intenção de segurar o resultado. Ao ver a sua situação em perigo toda a turma da «casa» e lançou ao ataque, mas a defesa de Oliveira de Azeméis, agora reforçada com os seus médios, chegou para anular todas as situações de perigo. Notou-se na equipa da casa o efeito pernicioso da interrupção do campeonato, porquanto nos últimos jogos realizados antes desta forçada paragem notava-se nítida melhoria em todos os seus elementos.


25.ª Jornada: SP. BRAGA, 7 - CALDAS, 0 (20 de Maio de 1962).

Na edição de 21 de Maio de 1962, o Jornal "Mundo Desportivo", titulava: "A boa exibição de Rita evitou maior revés dos visitantes".

Estádio 28 de Maio, em Braga,

Árbitro: Clemente Henriques, do Porto,

SPORTING CLUBE DE BRAGA: Vítor; Antunes, Narciso e José Maria, Armando e Portugal; Palmeira, Bártolo, Rafael, Carlos e Teixeira. Treinador: Manuel Palmeira.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita (Vítor); Rogério, João Resende e Quim, António Pedro e Gonzalez; Pinto da Rocha, Orlando, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

Aos 12 minutos, Teixeira foi solicitado em profundidade por Bártolo, que centrou em boa conta e Rita...socou a bola para perto, possibilitando desta maneira que ARMANDO obtivesse o primeiro golo.

2-0. Aos 31 minutos, Caldeira serviu RAFAEL em boas condições e este, acercando-se da baliza contrária, desferiu potente remate tornando impossível a Rita a sua defesa.

3-0. Aos 40 minutos, TEIXEIRA recebeu a bola do seu meio-campo, driblou, em grande velocidade, os adversários que se lhe opuseram e, ainda e fora da área, rematou imparavelmente o terceiro golo.

Aos 61 minutos, TEIXEIRA fez o 4-0 ao aproveitar da melhor maneira um ressalto de bola por defesa incompleta de Rita, a pontapé violento de Palmeira.

Aos 72 minutos, Rafael serviu PALMEIRA, este bateu em corrida o defesa que o marcava e quando Rita saiu ao seu encontro fintou-o com maior mestria e atirou para as balizas desertas, fazendo o 5-0.

6-0. Aos 79 minutos, novamente PALMEIRA, a solicitação e Carlos marcou o seu sexto golo.

7-0, pelo defesa JOSÉ MARIA adiantado no terreno driblou dois adversários, aplicando um remate rasteiro a um canto e tornando infrutífera a estirada de Vítor.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): No Caldas, Rita foi a grande figura e sem dúvida o mais saliente jogador em campo. Não teve a mínima culpa nos golos que sofreu e evitou outros com excelentes intervenções. A defesa, por sua vez, não mostrou grande segurança…


26.ª Jornada: CALDAS, 5 - VIANENSE, 0 (27 de Maio de 1962).

Na crónica do jornalista Santos Costa, do jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 28 de Maio de 1962, titulava-se: "Contra a força não há resistência".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Salvador Garcia,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita (Vítor), Rogério e Quim, António Pedro, João Resende e Orlando; Pinto da Rocha, Mirita, Janita, Lenine e Cardoso. Treinador: Josef Fabian.

SPORT CLUBE VIANENSE: Desidério (depois Henrique); Ramos e Soares; Pinho, Domingos e Gerardo; Palhares, Pepe, Amaral, Passos e Quintino. Treinador: Eduardo Melo.

1-0. Aos 2 minutos, JANITA aproveitou bem uma defesa para perto e Desidério para efectuar a recarga vitoriosa.

Aos 11 minutos, CARDOSO elevou para 2-0 num bom lance individual.

Aos 17 minutos, novamente, CARDOSO, á entrada da grande área, desferiu potente remate e com ele surgiu o 3.º golo dos locais.

Aos 61 minutos, JANITA fez o 4-0.

Aos 71 minutos, novamente, JANITA fixou a marca em 5-0.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A equipa caldense necessitava de vencer este jogo para evitar a sua descida automática. E não há dúvida eu ao entrar no rectângulo todos os jogadores iam compenetrados da responsabilidade que iam assumir...No Caldas todos os seus jogadores cumpriram bem a missão que lhes tinha sido incumbido, não havendo por isso a salientar este ou aquele jogador.


FIM DA SEGUNDA VOLTA E DA ÉPOCA 1961/1962.

sábado, 22 de setembro de 2018

Taça de Portugal 1961/1962

1.ª ELIMINATÓRIA: 

# 1.ª MÃO: CALDAS, 3 - BENFICA, 5 (26 de Novembro de 1961).

Na crónica do jornalista José Valente, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 27 de Novembro de 1961, titulava-se: "Os «relâmpagos» de Simões «cegaram» a defesa adversária...Muitos golos e despique agradável".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Ferreira dos Santos, de Coimbra,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério; João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Janita, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro e Lenine. Treinador/Jogador: António Pedro.

SPORT LISBOA E BENFICA: Barroca; Serra, Saraiva e Mario João; Fonseca e Espirito Santo; António Simões, Calado, José Torres, Mendes e Angeja. Treinador: Bélla Guttmann (Húngaro).

Na primeira parte: 1-4, golos de MIRITA (2 minutos); CALADO (8 minutos); TORRES (14 minutos) e SIMÕES (2 golos) aos 27 e 40 minutos. No segundo tempo, 2-1, tentos de JANITA (48 minutos); CALADO E MIRITA (86 minutos).


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Quando o ponteiro do relógio não tinha atingido ainda os dois minutos do jogo e o Caldas detinha já no marcador a vantagem de 1-0, perpassou pelo Campo da Mata a ideia de que o Benfica iria pagar com a «ousadia» de mandar às Caldas da Rainha uma equipa secundária. A propósito disto, ouviram-se até nas bancadas dichotes mais ou menos contundentes, pouco abonatórios da categoria dos campeões europeus, aludindo a que se o Caldas conseguisse uma vitória no jogo ontem, esse êxito teria maior repercussão internacional do que o próprio empate (1-1) recentemente obtido pelo Benfica no Campo do Barcelona...O golo inicial dos caldenses (um golo excelente do habilidoso MIRITA)…[numa] solicitação magnifica de António Pedro colocou Mirita no caminho aberto para a baliza de Barroca, totalmente desamparado pelos seus defesas, todos eles batidos pela rapidez do passe e pela codícia do rematador, o qual apareceu isolado em frente do guardião benfiquista, passando-lhe a bola por cima dos braços, num vistoso remate desferido ainda longe das redes. Este galvanizou o grupo local e pôs a cabeça em fogo aos seus apaniguados. E durante cinco ou seis minutos viu-se o Caldas carregando em fúria sobre a grande área dos benfiquistas, empurrando os para o seu meio campo, com toda a defesa local a actuar quase sobre a linha do meio do terreno...Mas num repente, tudo se voltou...A rapidez do Benfica amoleceu o Caldas...Aliás os cinco tentos marcados e quase outros falhados por uma unha negra, comprovam bem que os dianteiros encarnados ontem presentes nas Caldas andam mortinhos por conquistarem lugares no ataque «europeu». Simões muito brilhante com a bola nos pés foi avançado mais em foco...Uma nota final quanto ao Caldas: a equipa, tirando a pouca rapidez da defesa e as deficiências de preparo físico (muito visíveis na segunda parte) parece estar globalmente ao mesmo nível de quando actuou na primeira divisão. As actuais insuficiências são consequência natural do andamento do campeonato de segunda divisão.


# 2.ª MÃO: BENFICA, 11 - CALDAS, 0 (31 de Dezembro de 1961).

Na crónica do célebre jornalista Vítor Santos, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 01 de Janeiro de 1962, titulava-se: "«Loiça partida» naturalmente...Ver Germano depois de uma longa ausência (tinha sido operado ao menisco) já chegava…".

Estádio da Luz, em Lisboa,

Árbitro: Manuel Fragata, de Setúbal,

SPORT LISBOA E BENFICA: Costa Pereira; Mário João e Ângelo; Neto, Germano e Fernando Cruz; António Simões, Santana, José Torres, Mário Coluna (capitão) e Domiciano Cávem. Treinador: Bélla Guttmann.

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Ulisses e Vasco Oliveira; João Resende, Quim e Rogério, Carapinha, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro (capitão) e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

Ao intervalo: 4-0.

7 minutos, 1-0 - JOSÉ TORRES; 9 minutos, 2-0 - GERMANO; 18 minutos, 3-0- SANTANA e 24 minutos, 4-0 - CÁVEM.

Na segunda parte: 7-0.

53 minutos, 5-0 - CÁVEM; 66 minutos, 6-0 - TORRES; 73 minutos, 7-0 - TORRES; 76 minutos, 8-0 - SIMÕES; 81 minutos, 9-0 - SANTANA; 82 minutos, 10-0 - CÁVEM e 89 minutos, 11-0 - CÁVEM.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): … Um jogo entre o campeão europeu e a animosa mas naturalmente «tosca» equipa do Caldas, tinha, forçosamente o interesse de um treino. Por tudo e até porque na partida da primeira «mão», nas Caldas, bastara uma «reserva» do Benfica para garantir um resultado favorável, com dois golos de vantagem (5-3). Porque se juntaram, apesar disso, umas 7 000 pessoas na Luz, numa tarde fria e chuvosa, de último dia de ano, naturalmente mais convidativa ao convívio familiar à lareira e de pantufas?...Ver o Germano...Só isso...Sem  a emulação do resultado nem grandes ganas de ver o Caldas…[Porque] um jogo de 11-0 está tudo dito.


Como vimos o Caldas Sport Clube foi eliminado, logo na 1.ª Eliminatória, pelo futuro Bicampeão europeu, Sport Lisboa e Benfica, que também ganharia, nesta época, de 1961/1962, a Taça de Portugal, derrotando na final, no Estádio do Jamor, a 1 de Julho de 1962, o Vitória de Setúbal, com o resultado de 3-0.

terça-feira, 19 de junho de 2018

2.ª Divisão (Zona Norte) - Época 1961/1962 - 1.ª volta

Já não faziam parte do Plantel do Caldas, para esta Época de 1961/1962, os seguintes jogadores: o guarda-redes AURÉLIO (foi para o vizinho Grupo Desportivo de Peniche); ELISÍO BISPO, CARLOS FERREIRA (transferiu-se para o Cova da Piedade) e SATURNINO (contratado pelo Atlético Clube de Portugal da 1.ª Divisão Nacional). 

Tendo sido contratados: VÍTOR (um regresso ao clube); FERNANDO BISPO (ex: CUF, também um regresso ao clube); o argentino EDUARDO FAUSTINO GONZALEZ (igualmente um regresso ao clube); QUIM (ex: Alcobaça, também ele regressado ao clube); MIRITA (ex: Grupo Desportivo de Chaves); PINTO DA ROCHA (ex: Grupo Desportivo de Peniche) e CARAPINHA (ex: Júnior do Sport Lisboa e Benfica).


# 1.ª Jornada: CALDAS, 1 - TORREENSE, 0 (24 de Setembro de 1961).

Na crónica do jornalista Sérgio Machado, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 25 de Setembro de 1961, titulava-se: "Lance fortuito também é futebol".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: João Banheiro, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor (regressou ao clube); Rogério e Quim (ex: Ginásio de Alcobaça); António Pedro, João Resende e Vasco Oliveira, Rui, Pinto da Rocha (ex: Grupo Desportivo de Peniche), Orlando, Carapinha (ex: júnior do Sport Lisboa e Benfica) e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE: Pinheiro; Carimbo e Luís; Bernardes, Humberto e Margaça; Ninéu, José da Costa, Mendes, Saldanha e Bezerra. Treinador: Janos Hrotkó.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): O único tento da partida verificou-se aos 33 minutos do segundo tempo. Margaça falhou um despacho de intercepção dando a Rui a oportunidade de centrar para CARDOSO converter. Se não fora o espectacular falhanço de Margaça e a oportuna entrada de Cardoso ao lance que se lhe seguiu, para assinalar o único tento do encontro quando já era vencida a última meia hora do segundo período de jogo, pouco, ou mesmo nada, haveria digno de registar nesta partida das Caldas da Rainha.


# 2.ª Jornada: PENICHE, 3 - CALDAS, 3 (01 de Outubro de 1961).

Na crónica do jornalista Mário Alves, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 02 de Outubro de 1961, titulava-se: "Os erros do guarda-redes Chalica estiveram na base do empate".

Campo do Baluarte, em Peniche,

Árbitro: Joaquim Campos, de Lisboa,

GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE: Chalica (por se ter lesionado, foi substituído por Aurélio, ex: Caldas Sport Clube); António Maria e Tito; Medeiros, Varela e Lídio; Correia Dias, Manuel Jorge (ex: Vianense), Rosário (ex: Grupo Desportivo de Chaves), Carapinha e Rogério. Treinador: Ramon Ibañez (Espanhol, ex: Académico de Viseu).

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Rogério e Quim; António Pedro, João Resende e Vasco Oliveira; Orlando, Lenine, Pinto da Rocha, Carapinha e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A primeira parte foi um desfiar contínuo de vistosas jogadas até às duas grandes áreas, mas, no instante em que se exigia o pontapé à baliza avia hesitações ou passes a mais, que tudo perdiam para quem atacava. Boa metade dos quarenta e cinco minutos iniciais caracterizou-se pelo domínio territorial dos penichenses...E o primeiro golo da partida, marcado por ANTÓNIO MARIA a meio minuto do termo do primeiro tempo, veio como símbolo concreto da supremacia territorial exercida pelo Peniche...A segunda parte foi uma espécie de cópia a papel químico da primeira, no que concerne ao maior entusiasmo dos locais e á mais conscienciosa determinação técnica dos caldenses...Aos 10 minutos (55 minutos) ROSÁRIO elevou a marca para 2-0 mas no reatamento Chalica ofereceu o primeiro «frango» (dos três que ocasionaram os golos do Caldas) pois não segurar uma bola rematada por Carapinha e ficou-se a vê-la embater no poste e entrar na baliza. Os caldenses com rápidas desmarcações e bem apoiados por António Pedro pressentiram que a defesa do Peniche acusava o golo, além de estarem os laterais a evidenciar dificuldades de recuperação. Então os avançados do Caldas acentuaram a velocidade do seu jogo atacante e o golo do empate surgiu, aos 17 minutos (62 minutos), de remate de longe de LENINE, cuja intercepção Chalica falhou inexplicavelmente, pois a bola entrou por uma nesga, entre ele e o poste. Aos 26 minutos (71 minutos) o Caldas obtinha o terceiro tento na conversão de um «penalty» motivado por mão de Tito a evitar um golo certo, após Chalica ter saído em falso. Claro que CARDOSO não perdoou...A seguir, o Peniche empatou por intermédio de ROGÉRIO que, na verdade, nos deu a impressão nítida de estar «fora de jogo». Equipa calma e bem orientada tacticamente para actuar como um bloco, tal foi a ideia que o Caldas deixou transparecer…



# 3.ª Jornada: CALDAS, 0 - BOAVISTA, 0 (15 de Outubro de 1961).

Na crónica do jornalista Pedro Mesquita, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 16 de Outubro de 1961, titulava-se: "Empate imposto pela defesa visitante".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Raúl Martins, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor (por se ter lesionado, foi substituído por Rita); Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Janita, António Pedro, Pinto da Rocha, Carapinha e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

BOAVISTA FUTEBOL CLUBE: Avelino; Franco, Ribeiro e Eugénio; Jambane (ex: Sport Lisboa e Benfica-Reservas) e Velasquez (ex: Varzim); Vieira (ex: Varzim), Elsio (Brasileiro); Celestino, Cabral e Germano. Treinador: Bernabé Puertas Marcos (Espanhol, mais conhecido por Berna).


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo): Apesar de ter dominado insistentemente durante toda a primeira parte, a equipa do Caldas não conseguiu transformar em golos algumas das inúmeras oportunidades que se lhes depararam, sobretudo nos primeiros vinte minutos, durante os quais a defesa visitante mostrou certa desorientação. Orlando, Carapinha e Janita tiveram nos pés várias ocasiões de marcar. A mais flagrante foi desfeita por Eugénio que, em cima do risco de baliza, conseguiu segurar um remate quando toda a assistência já gritava golo. O guarda-redes caldense entrou pela primeira vez em acção havia já vinte e cinco minutos de jogo e, aliás numa defesa difícil. Aos 2 minutos da segunda parte, um cruzamento comprido sobre a baliza do Boavista foi defendido para perto de Avelino e os caldenses Janita e Pinto da Rocha entraram de rompante conseguindo o último, de cabeça, fazer a bola chegar às malhas. Não descortinámos qualquer falta mas o árbitro muito perto da jogada, apitou antes da bola entrar, marcando um livre contra os locais. A partir desta altura a descrença entrou com os caldenses e os visitantes aproveitaram para tentar a sua sorte...mas Vítor, com arrojadas defesas gorou-lhes os intentos [tendo, numa delas, se lesionado mesmo]...nos derradeiros minutos a equipa local procurou desesperadamente o golo da vitória, mas a defesa do Boavista esteve à altura das circunstâncias, conseguindo manter a sua baliza inviolada.


# 4.ª Jornada: SPORTING DE ESPINHO, 5 - CALDAS, 0 (29 de Outubro de 1961).

Na crónica do jornalista João Gomes, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 30 de Outubro de 1961, titulava-se: "«Um penalty» mudou (e estragou…) o desafio".

Campo da Avenida, em Espinho,

Árbitro: Marques da Silva, do Porto,

SPORTING CLUBE DE ESPINHO: Varela; Padrão, Alcobia e Alberto; David e Vladimiro, Pinhal, Silva, Walter, Bouçon e Luciano. Treinador: ?

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Vasco Oliveira e António Pedro; Orlando, Mirita (ex: Grupo Desportivo de Chaves), Fernando Bispo (ex: CUF), Carapinha e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.


CRÓNICA DE JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O primeiro tempo decorreu em toada de manifesto equilíbrio com boas jogadas de parte a parte e as defesas a superarem bem os sectores mais avançados nas duas turmas que não criaram situação de perigo dignos de registo. Os locais detiveram mais tempo o esférico, beneficiaram de três livres de «canto» e o 0-0 que se verificava ao intervalo, ajustava-se perfeitamente ao desenrolar do encontro. Na 2.ª parte os locais lançaram-se mais decididamente ao ataque. Um «penalty» um tanto rigoroso, por desarme de Bouçon que caiu dentro da grande área de Rita, fez ruir todo o sistema defensivo do Caldas que abriu mais o jogo. Entretanto, António Pedro, desorientado, recebeu ordem de expulsão por injúrias  um juiz de linha e a infelicidade da turma do Caldas, agravou-se quando aos 20 minutos (65 minutos) desta parte, Rogério saltando, a uma bola alta, com Luciano, sofreu forte contusão na cabeça tendo de abandonar o rectângulo para não mais voltar. Depois, tudo foi fácil para os locais que baixando mesmo de nível, fizeram o bastante para merecerem o expressivo «score» contra os restantes elementos do Caldas, em campo, apenas nove...A arbitragem teve o senão do «penalty» que nos pareceu rigoroso e que foi o «leme» do desafio, toda a sua história, afinal.


# 5.ª Jornada: CALDAS, 2 - SANJOANENSE, 0 (05 de Novembro de 1961).

Na crónica do jornalista Pedro Mesquita, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 06 de Novembro de 1961, titulava-se: "Os forasteiros discutiram bem o resultado".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Pena da Silva, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Lenine, Mirita, Fernando Bispo, Carapinha e Cardoso. Treinador: António Pedro.

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA SANJOANENSE: Ramiro; Carlos, Alvarez e Almeida; Calhau e Gaspar; Lima, Baptista, Santos, Gomes e Grilo. Treinador: Daniel Duarte Silva (ex: Recreio de Águeda).


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O Caldas iniciou o encontro da melhor maneira, pois logo na primeira jogada BISPO, recolhendo um bom centro de Mirita, rematou à baliza, sendo a bola defendida m cima do risco por Alvarez. Na recarga, o avançado-centro caldense fez chegar a bola às malhas. O golo da confirmação só havia de chegar a cinco minutos do fim, quando MIRITA, aproveitando o que foi talvez a única desatenção de Alvarez pôde captar a bola, correr isolado para a baliza e fazer passar o esférico por cima de Ramiro, obtendo um golo de belo efeito. Embora através do resultado possa parecer que o Caldas teve uma tarde de sossego, a verdade é que tal não aconteceu...o equilíbrio foi a nota saliente...tanto em domínio territorial como em mau jogo, pois nestes dois aspectos ambas as formações se igualaram.


# 6.ª Jornada: BENFICA E CASTELO BRANCO, 3 - CALDAS, 0 (12 de Novembro de 1961).

Na crónica do jornalista Homero Graça, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 13 de Novembro de 1961, titulava-se: "O ataque da turma local foi mais rematador".

Campo Municipal de Castelo Branco,

Árbitro: João Calado, de Santarém,

SPORT BENFICA E CASTELO BRANCO: Carujo; Juca, Henrique Silva e Sebastião; Angelo (ex: Grupo Desportivo de Chaves) e Bruno; Mateus, Lagarto, Graça, Carlos Silva e Cunha Velho. Treinador: ?.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Lenine; Orlando e Quim; Mirita, Vasco Oliveira, Fernando Bispo, Carapinha e Cardoso. Treinador: António Pedro.

Marcadores: CARLOS SILVA, aos 32 minutos do primeiro tempo, e aos 6 da segunda parte (51 minutos). GRAÇA, aos 15 minutos. 


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A equipa do Caldas, mercê do seu passado desportivo, foi recebida com certa expectativa. Assim, não foi difícil verificar uma afluência desusada, interessada em aquilatar das possibilidades da turma albicastrense, frente a um adversário com pergaminhos na prova. Os «encarnados» de Castelo Branco...exibindo-se em bom plano, de forma a merecerem justamente a vitória alcançada e os aplausos dos seus adeptos. A equipa visitante demonstrou amplas possibilidades, exibindo-se com agrado. Falhou no remate, por inoperância dos avançados aliás muito habilidosos e rápidos.


# 7.ª Jornada: CALDAS, 3 - SERNACHE, 0 (19 de Novembro de 1961).

Na crónica do jornalista, Pedro Mesquita, do jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 20 de Novembro de 1961, titulava-se: "O guardião visitante evitou maior desaire".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Patrício Alvares, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Janita, Mirita, Fernando Bispo, Cardoso e Lenine. Treinador: António Pedro.

GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE: Vítor; Rocha, Artur e Francisco; Santiago e Matiota (ex: União de Coimbra); Duarte, Amador, Baptista, Salvado e Jerónimo. Treinador: Diogo, que substituiu, a partir desta jornada, o argentino Félix Frederico Santiago.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo): O primeiro golo surgiu aos 13 minutos, marcado por BISPO, que finalizou da melhor maneira uma boa jogada de Mirita e Lenine. Aos 39 minutos foi assinalado um «livre» indirecto contra os visitantes fora da grande área, mas na zona frontal da baliza. Orlando marcou com um potente tiro para MIRITA, que, com um remate imparável fez o golo. Aos 37 minutos (82 minutos) da segunda parte o interior direito dos visitantes, de muito longe, tentou passar o esférico ao seu guarda-redes, mas BISPO, interceptando a bola não teve dificuldade em fixar a marca em 3-0...O Caldas a despeito de não ter feito uma grande exibição, ganhou com inteira justiça.


# 8.ª Jornada: VILA REAL, 2 - CALDAS, 1 (03 de Dezembro de 1961).

Na crónica do jornalista Filinto Baptista, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 04 de Dezembro de 1961, titulava-se: "Os locais falharam muito no remate".

Campo do Calvário, em Vila Real,

Árbitro: Ernesto Borrego, de Viseu,

SPORT CLUBE VILA REAL: Vítor; Pinto  Morais, Padilha, Plater e Passos (ex: Sporting Clube de Portugal), Avelino, Amaral, Abílio, Sarmento e Maravilhas. Treinador: José João.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério e Quim; António Pedro, João Resende e Vasco Oliveira; Janita, Mirita, Fernando Bispo, Lenine e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O grupo local lançou de início deliberadamente ao ataque, não conseguindo, porém, marcar, devido ás falhas dos seus dianteiros. Os caldenses também tiveram o golo à vista, mas Bispo desaproveitou o ensejo. A partir dos 15 minutos, os transmontanos tomaram conta das operações…[e] aos 24 minutos ABÍLIO, a passe de Amaral, rematou forte, fora da grande área, batendo Rita, sem apelo nem agravo. Depois, os vila-realenses, graças á sua grande força de vontade e ainda de um futebol de bom recorte, continuaram a mandar no terreno, perdendo inúmeras ocasiões de golo por falta de sorte dos seus dianteiros. Quando parecia que a primeira parte ficaria com 1-0, PASSOS, «leão» do jogo, conseguiu o 2.º golo, aos 44 minutos, mercê de um toque bem colocado…[Na segunda parte] os visitantes, com duas bolas de diferença, não esmoreceram e fizeram contra-ataques perfeitos e rápidos, neutralizados a custo pela bem orientada defesa adversária. Mas conseguiram o golo de honra, aos 20 minutos (65 minutos), por intermédio de VASCO OLIVEIRA, beneficiando do único deslize da defesa transmontana.


# 9.ª Jornada: FEIRENSE, 6 - CALDAS, 0 (10 de Dezembro de 1961).

Na crónica do jornalista José Vale, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 11 de Dezembro de 1961, titulava-se: "...E muito ainda suportaram os visitantes…".

Campo do Montinho, em Vila da Feira,

Árbitro: Pedro Santos, do Porto,

CLUBE DESPORTIVO FEIRENSE: Martin; Dinis, Aurélio e Oliveira; Lopes e Campanhã; Raimundo, Brandão, Rui Maia, Ramalho e Eduardo. Treinador: Rui de Araújo (ex: Sporting de Espinho).

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira; Pinto da Rocha, Mirita, Carapinha, António Pedro e Lenine. Treinador/Jogador: António Pedro.

Ao intervalo o Feirense ganhava por 3-0, golos apontados, respectivamente aos 5 minutos por EDUARDO; aos 20 minutos por RUI MAIA e aos 40 minutos por BRANDÃO. Na segunda parte, marcou, aos 7 minutos (52 minutos), por intermédio de RAMALHO; aos 15 minutos (60 minutos) na transformação de uma grande penalidade, RAIMUNDO; e aos 17 minutos (62 minutos), novamente por intermédio de RAIMUNDO.



CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O Caldas forneceu a nota decepcionante da tarde. Lento na defesa, sem norte na linha média e com uma dianteira demasiada complicativa, só pode encontrar atenuantes no facto de ter deparado com uma equipa cheia de personalidade e que vem domingo após domingo a melhorar nitidamente, estribada num fio de jogo sem colapsos e que prima pela objectividade de todo o seu sistema.


# 10.ª Jornada: CALDAS, 1 - MARINHENSE, 2 (17 de Dezembro de 1961).

Na crónica do jornalista Pedro Mesquita, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 18 de Dezembro de 1961, titulava-se: "Justo prémio para o entusiasmo dos visitantes". 

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Anacleto Gomes, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Rogério, João Resende e Quim; Orlando e Vasco Oliveira, Lenine, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

ATLÉTICO CLUBE MARINHENSE: Serrano; Reis, Paz e Zeca; Guilherme (ex: Vianense) e Pinto; Ferrão (ex: Reservas do Sport Lisboa e Benfica), Isidro (ex: Grupo Desportivo de Chaves), Coutinho (ex: Sanjoanense), Garcia e Cafum (ex: Vitória de Setúbal). Treinador: Mário Imbelloni (Argentino e ex: Académica de Coimbra)


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O primeiro golo do desafio só surgiu aos 23 minutos da segunda parte, marcado, por CAFUM, depois de uma magnifica jogada de ataque em que o maior mérito pertenceu ao marcador. Aos 40 minutos o avançado-centro do Marinhense, COUTINHO com um remate rasteiro a um «canto» elevou a vantagem da sua equipa para 2-0 e no minuto imediato, LENINE aproveitou um ressalto de bola para fixar o resultado em 2-1.


# 11.ª Jornada: OLIVEIRENSE, 4 - CALDAS, 0 (24 de Dezembro de 1961).


Na crónica do jornalista Francisco Landureza, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 25 de Dezembro de 1961, titulava-se: "Escassa marcação para o dominio exercido".

Campo Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis,

Árbitro: Aniceto Nogueira, do Porto,

UNIÃO DESPORTIVA OLIVEIRENSE: Ferdinando; Branco, Pinho II e Armindo; André, A. Costa; Pires, Manuel Correia, Vaz, Brandão e Santo II. Treinador: Alexandre Peics.

CALDAS SPORT CLUBE: Vítor; Quim, João Resende e Ulisses; Orlando e Vasco Oliveira; Janita, Mirita, Fernando Bispo, António Pedro e Rui. Treinador/Jogador: António Pedro.

A primeira parte terminou, com o resultado em 2-0, golos marcados por SANTOS II, em lances de primorosa execução. No segundo tempo, BRANDÃO, aos 27 minutos (72 minutos), e PIRES, aos 30 (75 minutos) fixaram o resultado final em 4-0.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Embora animosos, dando-se á luta com verdadeiro desportivismo, os forasteiros, logo de começo, mostraram ser presa fácil para os donos do campo, dado que a sua defesa demonstrava pouca argucia para barrar as ofensivas dos locais que, em tarde de inspiração, se infiltravam com extraordinária facilidade e rapidez na grande área dos caldenses...Os caldenses receando um resultado demasiado expressivo recuaram para a defesa e, por várias vezes, António Pedro teve de resolver problemas que pertenciam...ao seu guarda-redes...A turma visitante mostrou-se muito aquém do valor credenciado nas demais épocas…


# 12.ª Jornada: CALDAS, 0 - SPORTING DE BRAGA, 0 (07 de Janeiro de 1962).

Na crónica do jornalista Sousa Varela, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 08 de Janeiro de 1962, titulava-se: "Nada de harmonia com o desenrolar do jogo".

Campo da Mata, nas Caldas da Rainha,

Árbitro: Manuel Neto, de Lisboa,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Lenine e Quim; António Pedro, João Resende e Rogério; Pinto da Rocha, Mirita, Janita, Vasco Oliveira e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

SPORTING CLUBE DE BRAGA: Vítor; José Maria e Calheiros; Narciso, Armando e Portugal; Bártolo, Carlos, Gabriel, Cardoso e Teixeira. Treinador: Manuel Palmeira.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Perderam os caldenses a melhor oportunidade de, no decorrer deste campeonato, ganharem um jogo folgadamente. A equipa entrou a jogar com boa disposição e colocou em dificuldade a defesa bracarense, que se mostrou demasiadamente insegura. Perderam os locais, durante os primeiros 45 minutos, algumas oportunidades de golo, daquelas em que o mais difícil é não marcar...No segundo tempo, no entanto, o aspecto do prélio já foi diferente. Houve mais equilíbrio e, se é certo que o Braga nunca deu a sensação de poder vir a ganhar o jogo, certo é também, que os caldenses não mais dispuseram das facilidades que se lhes tinham deparado no tempo anterior.


# 13.ª Jornada: VIANENSE, 1 - CALDAS, 0 (14 de Janeiro de 1962).

Na crónica do jornalista Manuel Tristão, do jornal "A Bola", publicada na edição de 15 de Janeiro de 1962, titulava-se: "Um jogo pobre em golos e futebol".

Campo Dr. José de Matos, em Viana do Castelo,

Arbitro: Aniceto Nogueira, do Porto,

SPORT CLUBE VIANENSE: Desidério; Ramos e Soares; Passos, Domingos e Gerardo; Amaral, Pepe, Piloto, Carneiro e Pinho. Treinador: Eduardo Melo.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Rogério e Quim; Vasco Oliveira, João Resende e Orlando; Lenine, Mirita, Eduardo Faustino Gonzalez (Argentino, de regresso ao clube); António Pedro e Cardoso. Treinador/Jogador: António Pedro.

O único golo da partida foi marcado aos 37 minutos, por AMARAL, depois de ter recebido um passe de Domingos.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): O resultado final pode resumir o que foi o jogo: pobre em golos e futebol...Foi um jogo com pouca história. A equipa local não forneceu boa exibição e os visitantes também seguiram as mesmas pisadas.


FIM DA PRIMEIRA VOLTA.