Caldas Sport Clube 1954/55

Caldas Sport Clube 1954/55

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Taça de Portugal 1961

1.ª ELIMINATÓRIA:

# 1.ª MÃO: CALDAS, 2 - ORIENTAL (2.ª Divisão-Zona Sul), 0 (29 de Janeiro de 1961).

Na crónica do jornalista, Reinaldo Monteiro, do Jornal "A Bola", publicada na edição de 30 de Janeiro de 1961, titulava-se: "Com o jogo interrompido há golos legais?".

Campo da Mata, em Caldas da Rainha,

Árbitro: Crisógno Lopes, de Santarém,

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Miro e Rogério; António Pedro, João Resende e Orlando; Romeu, Garnacho, Carlos Alberto, Elísio Bispo e Lenine. Treinador: Mariano Amaro.

CLUBE ORIENTAL DE LISBOA: Edmundo; Morais II e Morais I, Cordeiro, Luz e Viriato; Lopes (ex: júnior), Évora, Cristóvão, Rivera e Martinho. Treinador: Lorenzo Ausina.

1.ª parte: 0-0.


Aos 20 minutos (65 minutos) da segunda parte o Oriental foi punido, perto da baliza, por falta de Lopes sobre Elísio Bispo. Formada a barreira, António Pedro fez um pequeno passe para CARLOS ALBERTO e este visou as redes com um pontapé colocadíssimo, mercê do qual fez entrar a bola junto ao poste do lado contrário.



Aos 40 minutos (85 minutos), novo «livre» por carga sobre António Pedro. Sem esperar que o árbitro apitasse, António Pedro passou o esférico a BISPO, que se aproximou sem oposição, das redes de Edmundo e fez o segundo golo. Todos os orientalistas ficaram parados, à espera do apito do juiz da partida. E todos reclamaram, mas em vão.




CRÓNICA DO JOGO (Jornal "A Bola"): Nem uma nem outra equipa produziu jogo de agrado...Esperávamos bastante mais do Oriental, pois sabemos o que vale. Desconhecemos, no entanto, o valor actual dos caldenses, em relação a épocas transactas, o grupo jogou bastante menos. A falta de vários titulares [cinco] deve, todavia, justificar a sua fraca exibição. De parte a parte se jogou mais com os nervos do que com a cabeça. Pensou-se mais em destruir, por vezes de qualquer modo, do que em construir. Ambas as defesas tiveram ascendente sobre os ataques...A equipa caldense viveu do trabalho de António Pedro, Orlando, Garnacho e João Resende, os seus homens mais em evidência de começo ao fim. Mas Carlos Alberto e Miro foram igualmente de grande utilidade, ao passo que Romeu e Lenine desperdiçaram muito jogo. Na baliza Rita não teve problemas, a não ser na primeira parte.


# 2.ª Mão: ORIENTAL, 1 - CALDAS, 1 (26 de Fevereiro de 1961).

Na crónica do jornalista Frederico Cunha, do jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 27 de Fevereiro de 1961, titulava-se: "Os visitados marcaram os golos as o proveito pertenceu aos visitantes".

Campo Engenheiro Carlos Salema, em Marvila, Lisboa,

Árbitro: Anacleto Gomes, de Lisboa,

CLUBE ORIENTAL DE LISBOA: Edmundo; Silva Costa; Ciborro e Alfredo; Viriato e Luz, Évora, Cordeiro, Lopes, Cristóvão e Martinho. Treinador: Lorenzo Ausina.

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Miro, Saturnino e Rogério; Orlando e António Pedro; Lenine, Romeu, Janita, Elísio Bispo e Cardoso. Treinador: Mariano Amaro. 

Ao intervalo o marcador estava em branco. 

Na primeira meia hora os visitados haviam desfrutado de mais claras ocasiões, mas no tempo restante foram os caldenses, com melhor consistência técnica, que se inferiorizaram...Depois na segunda parte, e também na primeira meia hora, foram ainda os orientalistas os que mais flagelaram a área contrária, não obstante ter sido o Caldas, logo no primeiro minuto, que por intermédio de Cardoso, que aproveitando um falhanço de Viriato surgiu isolado frente a Edmundo, desperdiçando a soberana ocasião...Aos 7 minutos (52 minutos), 1-0. Évora lançou um excelente centro, do lado direito. A bola saiu quase paralela à trave e só dificilmente Rita a palmeou para canto. Martinho apontou o castigo e LUZ, de cabeça concretizou…

Aos 31 minutos (76 minutos) surgiu o empate, JANITA perseguiu uma bola aliviada pela sua defesa mas VIRIATO de frente para o adversário pôde antecipar-se de cabeça. O toque do defesa local, foi ligeiro, para trás, entregando a Edmundo. Este porém, que saíra da rede, encontrava-se junto do seu defesa e não pode evitar o tento. Com esta jogada o Oriental vira dissipadas as esperanças que lhe restavam de permanecer na Taça, pois não conseguira eliminar a diferença desfavorável de dois golos que trouxera de Caldas da Rainha.



CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): Um Caldas com personalidade e jogo...trouxe para o Campo «Engenheiro Salema» uma extraordinária virtude a qual se chama personalidade...Entrando no terreno tranquila, sabedora do que lhe era permitido acalentar, e possuindo no seu seio um sistema que embora com ligeiras cautelas defensivas não lhe cerceava possibilidades atacantes, os pupilos de Mariano Amaro. Souberam levar «a água ao seu moinho»...[sendo assim] uma espécie de «máquina», cuja sincronização, perfeita, em todas as peças chegou á vontade para a obtenção de um resultado que se pode considerar-se inteiramente justo. Assim, o Caldas eliminou o Oriental, por 3-1, em duas mãos, passando para a 2.ª Eliminatória da Taça de Portugal. 


2.ª ELIMINATÓRIA:

# 1.ª MÃO:  LEIXÕES (1.ª Divisão), 2 - CALDAS, 1 (26 de Março de 1961).

Na crónica do jornalista Germano da Silva do jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 27 de Março de 1961, titulava-se: "Jogo fraco e de baixo nível técnico".

Campo de Santana, em Matosinhos,

Árbitro: Diogo Manso, de Braga,

LEIXÕES SPORT CLUB: Roldão; Santana, Raúl (Machado) I e Jacinto; Silva e Carlos Alberto; Patela, Gomes, Oliveira (ou Oliveirinha), Ventura e Osvaldo Silva (Brasileiro). Treinador/Jogador: Joaquim Pacheco. 

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Anacleto, João Resende e Orlando; Rogério e Saturnino, Garnacho, Romeu, Tomé, António Pedro e Elísio Bispo. Treinador: Mariano Amaro.


CRÓNICA DE JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): O jogo iniciou-se com os locais a tentarem a todo o transe abrir caminho até junto das balizas do adversário. As primeiras jogadas de perigo surgiram, por isso, dentro da grande área defendida pelo Caldas...A cerca de dois minutos do termo da primeira parte a defesa do Caldas cedeu canto. Patela apontou o castigo e OLIVEIRA rematou com êxito, obtendo o primeiro golo do desafio. Depois do intervalo, e quando iam decorridos apenas 3 minutos (48 minutos), o Caldas desceu com perigo até à grande área do Leixões. Gerou-se confusão junto das balizas dos matosinhenses e GARNACHO, aproveitando uma saída infeliz de Roldão, tocou a bola por alto, fazendo com que ele chegasse às malhas. Na jogada imediata o Leixões voltou a marcar. A bola foi encaminhada até à grande área do Caldas. GOMES recebeu o esférico da direita, desferiu um pontapé à boca das redes e fixou o resultado em 2-1.


# 2.ª MÃO: CALDAS, 0 - LEIXÕES, 1 (interrompido aos 45 minutos, devido às más condições atmosféricas) - (16 de Abril de 1961).

Na crónica do jornalista David Sequerra, do Jornal "Mundo Desportivo", publicada na edição de 17 de Abril de 1961, titulava-se: "Chuva a mais e resultado injusto - súmula dos 45 minutos jogados".

Campo da Mata, em Caldas Rainha. Razoável assistência e péssimo terreno,

Árbitro: Rogério de Melo Paiva, de Lisboa. 

CALDAS SPORT CLUBE: Rita; Anacleto, João Resende e Rogério; Orlando e Saturnino; Garnacho, Romeu, Tomé, António Pedro (capitão) e Elísio Bispo. Treinador: Mariano Amaro.

LEIXÕES SPORT CLUB: Rosas; Santana, Raúl (Machado) I (capitão) e Joaquim Pacheco; Silva e Carlos Alberto; António Medeiros, Osvaldo Silva, Oliveira (ou Oliveirinha), Ventura e Nunes. Treinador/Jogador: Joaquim Pacheco e Flipo Núñez (Argentino, recentemente contratado para Treinador Principal).

Marcador: 0-1 - OLIVEIRA.


CRÓNICA DO JOGO (Jornal "Mundo Desportivo"): A chuva, copiosa e inclemente, fez ensombrar todas as luminosas perspectivas de um belo desafio da «Taça»...Fisicamente mais fraca...a equipa de Mariano Amaro não teve ainda a sorte a seu favor nos 45 minutos que se jogaram...levando o árbitro a suspender  desafio…

Acabando por não se concluir o jogo, o Caldas acabou por ser eliminado pelo Leixões Sport Club (nas duas mãos, 3-1 a favor dos matosinhenses) nesta edição da Taça de Portugal.

Curiosamente, estes chegaram, depois, à final da Taça ganhando, e causando enorme surpresa, em pleno Estádio das Antas, onde se realizou o jogo decisivo (neste ano não se jogou no palco habitual do Estádio do Jamor, a final da Taça, por ambos os clubes serem do Norte do País, e querendo jogar, ambos, na sua zona de influência), em 9 de Julho de 1961, o FC Porto, por 2-0, com golos de OLIVEIRA (ou OLIVEIRINHA) e OSVALDO SILVA.


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