Na sua edição de 20 de Junho de 1945 o Jornal "Gazeta das Caldas" titulava: O Caldas manifestou-se contrário à fusão e disposto a continuar a sua vida desportiva iniciada há cerca de 30 anos...
E continuava com o artigo, da seguinte forma: Não é de hoje, mas sim de há longa data que, a fusão dos clubes desportivos caldenses se ventila, com mais ou menos intensidade, segundo as conveniências de momento (...) Mas daí até uma fusão «incondicional», tal qual ela foi apresentada, visto não haverem sido apresentadas quaisquer bases em que a mesma assentasse os seus alicerces, vai uma uma grande distância. E assim, a assembléia geral do Caldas ocupou o melhor de três sessões com um total de 10 horas de actividade, para discutir e resolver sôbre um assunto isento de súmula para discussão. Apesar disso, vários oradores usaram da palavra pró e contra a fusão, mas a grande maioria dos sócios presentes manifestou-se contra a mesma, salvo se fôssem respeitados o glorioso passado do Caldas e as suas possibilidades de melhor futuro, embora em aparente crise passageira, como outras foram, de futebol e de certo modo de finanças, sem esquecer a sua secção de Ténis de Mesa, que bem alto eleva o clube. (...) Insistiu-se na assembléia na necessidade de cooperação entre os três clubes [CALDAS SPORT CLUBE, SPORTING CLUBE DAS CALDAS e SPORT CLUBE JUVENTUDE] para poderem ter em conjunto melhores condições de vida, por prof. de ginástica e treinador de futebol em comum, e em conjunto obterem das autoridades a transformação do Campo da Mata num bom campo para desportos, etc; mas sempre se frisou, que o Caldas Sport Club não está em estado que justifique a sua desaparição e que mais proveito haverá para o desporto caldense existindo a competição local. Acedendo a um apelo feito pelo sr. dr. CALHEIRO VIEGAS [Nascido, nas Caldas da Rainha, a 12 de Dezembro de 1911, este Advogado, Professor, na Escola Comercial e Industrial de Caldas da Rainha (hoje Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro), Dirigente Desportivo e Desportista, na qual foi um jogador de relevo na modalidade de Ténis de Mesa, foi, assim uma figura de grande relevo da história desportiva da região das Caldas da Rainha], constituiu-se no final da assembléia uma comissão de propaganda e cooperação que logo ali recebeu cerca de 500$00 [escudos] de donativos voluntários, de sócios e amigos do Caldas, promessas registadas de mais de 30 declarações de aumento de cotas, 30 propostas de novos sócios, promessas de inscrição como sócios de casas comerciais (...) para a reconstrução do velho e simpático clube caldense, que acaba de dar, nesta assembléia, a maior prova de razão de sua existência e o inconfundivel desejo da sua continuidade [o que aconteceu até aos dias de hoje].
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