# CALDAS SPORT CLUBE, 0 - ALMADA ATLÉTICO CLUBE, 1 (06 de Setembro de 1953) - (JOGO PARTICULAR).
Na sua edição de 13 de Setembro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS", titulava que: No primeiro encontro da época os CALDENSES fizeram exibição bastante discreta, principalmente na primeira parte. E continuando a sua análise a este encontro de carácter amigável, o mesmo Jornal comentou da seguinte forma:
CAMPO DA MATA, ÀS 17 HORAS,
ÁRBITRO: EVARISTO SILVA,
CALDAS: VÍTOR; VASCO e AMARO (ex: GRUPO UNIÃO SPORT DE MONTEMOR-O-NOVO); ANTÓNIO PEDRO, GUILHERME WILSON e FONSECA (ex: CASA PIA ATLÉTICO CLUBE); BARNABÉ MORROS, MARTI (espanhol, ex: ALICANTE CLUB DE FÚTBOL), ANACLETO, TABORDA (ex: GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE) e ORLANDO. TREINADOR: LOZANO.
ALMADA: OCTAVIANO; GILBERTO e LEONEL; ESPIRITO SANTO, JOSÉ AUGUSTO e TEIXEIRA; VIEGAS, MOISÉS, ALMEIDA, RIBEIRO e FADIÉ.
(...) A equipa CALDENSE sobretudo no primeiro tempo, actuou sem homogeneidade, mais nitidamente sempre que a bola se encontrava em poder da linha avançada do que resultou a incapacidade verificada para transformar em tentos uma ou outra jogada certa e bem delineada, ou acção pessoal dum ou outro elemento que conseguia levar o esférico até à possibilidade de golo. Tudo isto, para um observador atento reflecte, acima de tudo, o pouco contacto que os jogadores tem tido com a bola, e por consequencia o quase nenhum conhecimento que há entre si, e pouco mais do que isso. Três dos lugares básicos da equipa, isto é, do quadrado mágico, eram ocupados por elementos novos - FONSECA, MARTI e TABORDA e daí a falta de conjunto revelada (...) No fim do primeiro tempo os jogadores que fixamos como mais notados pelo valor do seu trabalho foram no CALDAS, WILSON a contas com um n.º 9 dificílimo [ALMEIDA] e sempre calmo e certo quando de posse de bola a entregar em condições jogáveis; ANTÓNIO PEDRO, como sempre o eixo e cérebro da equipa e MARTI, que deu sempre batalha e concebeu alguns lances que a falta de conjunto não conseguiu finalizar (...) No segundo tempo a equipa CALDENSE sofreu uma profunda alteração, pois apenas o trio defensivo se manteve como inicialmente. Na balisa LOURO; na linha média, ANTÓNIO PEDRO à esquerda e ALEIXO à direita; na frente pela direita, NECA (ex: BOAVISTA FUTEBOL CLUBE), ORLANDO, MARTI, TELES e BARNABÉ. Esta formação melhorou um tanto o nível de futebol desenvolvido até aí (...) De qualquer modo a melhoria no geral foi notória e os CALDENSES passaram a disfrutar de um insistente domínio que justificava sem favor a modificação no resultado. Isso afinal não aconteceu, umas vezes por infelicidade e outras pela mesma falta de preparação já apontada (...) Um apontamento interessante: todos os jogadores que permaneceram em jogo os noventa minutos revelaram, além de outras qualidades, boa condição física. Referimo-nos evidentemente a VASCO, AMARO, ANTÓNIO PEDRO, WILSON, MARTI e ORLANDO.
# CALDAS SPORT CLUBE, 4 - ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA, 1 (10 de Setembro de 1953) - (JOGO PARTICULAR).
Este encontro só foi divulgado pelo Jornal "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 22 de Setembro de 1953. Assim:
Em primeiro lugar o desafio decorreu [na NAZARÉ] de maneira mais inesperada possível (...) O CALDAS com a exibição feita no domingo anterior [dia 10] frente ao ALMADA não era credor da mínima parcela de favoritismo, e se essa fraca exibição não fosse bastante para o justificar, havia pelo lado da ACADÉMICA as boas referências da crítica a propósito do empate conquistado no ESTÁDIO DAS ANTAS [perante o F.C. PORTO] (...) Os ACADÉMICOS convencidos da sua superioridade de equipa com mais bagagem técnica, iniciaram uma partida com toda a calma, sem pensar em afogadilhos, certos de que uma toada desse geito, isto é, de lances pensados de preferência a improvisos inesperados, havia de chegar ao tempo dos 90 minutos com um resultado que exprimisse bem a diferença de categoria. Os jogadores CALDENSES, porém, não se deixaram influenciar por nenhuma das razões que prognosticavam em seu desfavor, antes preferiram lembrar-se que esse mesmo adversário já havia sofrido um revés um ano atrás [ver "O CALDAS obtêm RESULTADO HISTÓRICO perante a ACADÉMICA DE COIMBRA...em 15 de Maio de 1952"], e portanto não tinham razão para de antemão se considerassem vencidos. Deste modo, decididos e briosos começara desde logo por se mostrar superiores em decisão e em rapidez sobre a bola, ganhando por via disso a maior parte dos lances de disputa. A feliz iniciativa de SARRAZOLA aos 8 minutos, abrindo o activo, transmitiu depois ao team necessária consciência do valor para que os estudantes não mais pudessem modificar o rumo das coisas. Daí para deante, embora os capas negras exercessem por vezes domínio territorial, a superioridade dos CALDENSES esteve sempre patente, exactamente pela sua maior desenvoltura no ataque e melhor união de todos os seus sectores. Para finalizar diremos que se assistiu a um excelente encontro e que a equipa caldense se exibiu de modo que não esquecerá tão cedo. Ainda para arquivar, o CALDAS alinhou com: LOZANO; VASCO e AMARO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA (ex: GRUPO UNIÃO SPORT DE MONTEMOR-O-NOVO) e ANTÓNIO PEDRO, BARNABÉ MORROS, MARTI, ANACLETO, TABORDA e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO. Na segunda parte LOURO substituiu LOZANO (...) e TABORDA saiu para dar entrada ao júnior ZECA que ocupou a extrema direita passando ORLANDO a interior.
# SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 0 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (13 de Setembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 22 de Setembro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS", titulava, este chamado «Derby do Oeste, curiosamente referente à 1.ª Jornada da 2.ª Divisão, da seguinte forma: Vitória difícil, mas conquistada com todo o mérito, que pôs os CALDENSES desde já em plano de evidência. E continuando a sua análise...
À entrada do CAMPO DAS COVAS e à vista do rectângulo do jogo ficou-nos logo uma impressão agradável, que cumula na excelente bancada com que o mesmo foi dotado. Soubemos depois que as cabines dos jogadores e árbitros estão apetrechados com chuveiros de água quente e fria e isso veio aumentar a nossa admiração por essa simpática agremiação de TORRES VEDRAS e pelo esforço e sacrifício dos seus dirigentes no desejo de tornar o limitado espaço de que dispõe, num pequeno estádio acolhedor e airoso para o público, e a merecer os elogios dos atletas visitantes pelo bom piso do terreno e comodidades com que se veem recebidos. Assistência em número apreciável, porém não excepcional, ajunta-se para assistir ao prélio mais importante desta 1.ª jornada do Campeonato Nacional da II Divisão. Nas bancadas, aqui e além, notam-se pequenos aglomerados seguidores do CALDAS, o mesmo sucedendo no peão, prém um número limitado em virtude da falta de transportes. O ÁRBITRO, ANTÓNIO RODRIGUES DOS SANTOS fez soar a primeira apitadela, e os grupos entram no terreno alinhando como segue:
TORREENSE: GAMA (ex: ATLÉTICO CLUBE DE PORTUGAL); MERGULHO e ANTÓNIO AUGUSTO; JOSÉ DA COSTA, AMILCAR e GONÇALVES; TERREIRO, CARAMELO, SIDÓNIO, MARTINHO e HILÁRIO (ex: PORTIMONENSE SPORTING CLUBE).
CALDAS: LOZANO; VASCO e AMARO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA e ANTÓNIO PEDRO; BARNABÉ MORROS, MARTI, ANACLETO, EDERLINDO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.
Começa o encontro e desde logo se verifica pela colocação dos jogadores CALDENSES no terreno, os cuidados com que a partida foi encarada. Não sabemos se foi essa a ordem, mas vê-se WILSON recuado, numa posição quase a par dos defesas laterais e SARRAZOLA isolado no espaço entre a balisa e esse terno defensivo, a dar a ideia dum «ferrolho» pré estabelecido. Entretanto os CALDENSES passaram ao meio campo adversário, e sempre que o faziam verificava-se em contraste com a defesa visitante um certo pânico no mesmo sector dos torreenses (...) Até que aos 10 minutos uma excelente abertura de BARNABÉ a ORLANDO permitiu a este, fazendo valer o seu perfeito domínio do esférico, marcar o tento que havia de tornar os CALDENSES em vitoriosos [neste jogo].
# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - CLUBE DE FUTEBOL «OS MARIALVAS», 1 (20 de Setembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Igualmente na edição de 22 de Setembro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS" titulava que: OS CALDENSES dominando intensamente durante todo o encontro não conseguiram mais que dois tentos de vantagem. E continuavam a análise deste encontro da seguinte maneira:
Sob a ARBITRAGEM de LUÍS MAGALHÃES, os grupos alinharam:
CALDAS: LOZANO; VASCO e AMARO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA e ANTÓNIO PEDRO, BARNABÉ MORROS, MARTI, ANACLETO, JANEIRO e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.
MARIALVAS: NELSON; LINEU e LÚCIO; CAVALHEIRA, REIS e JESUS; SANTOS, ZECA, CARDOSO, GARRIDO e MOISÉS.
Os tentos foram marcados, aos 52 minutos por CARDOSO, aos 58 por ORLANDO, aos 68 por JANEIRO e aos 76 por WILSON.
(...) A turma CALDENSE, a despeito de ter feito futebol ligado e incisivo não conseguiu fazer chegar a bola às malhas. Umas vezes por intercepções seguras ou felizes do guardião visitante, outras porque os atacantes não acertavam com o remate e outras ainda porque as bolas esbarravam inconcebivelmente nos prumos ou na barra da balisa, certo é que apesar da toada agradável dos CALDENSES, estes não atingiram a finalidade pretendida em futebol e para o que se procura sempre apurar ou melhorar o nível técnico, os golos. A exibição agradou neste primeiro tempo, mas o público da casa ia-se impacientando porque os dois pontos não se conseguem com bonitas jogadas nem com primores de execução. Foi preciso logo no inicio da segunda parte os MARIALVINOS marcarem um tento para que a equipa local se lançasse deliberadamente e com outra ânsia na conquista da vitória, não sem que a sorte continuasse a proteger os visitantes (...) a turma [local] ganhou maior poder de penetração e assim os golos foram surgindo. É justo desde já destacar a acção excepcional e desconcertante para os adversários do extremo-esquerdo e depois avançado centro ORLANDO. Ele não só estabeleceu o empate com um precioso golpe de cabeça, como esteve na origem dos dois restantes tentos que haviam de constituir a vitória do CALDAS.
# CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO DE COIMBRA, 3 - CALDAS SPORT CLUBE, 0 (27 de Setembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 29 de Setembro de 1953, a "GAZETA DAS CALDAS" titulava, assim, a derrota caldense: Fraca exibição da equipa CALDENSE perante um adversário animoso, que soube tirar partido da desorientação inicial da sua defesa. Continuando a análise a este encontro, da seguinte forma:
CAMPO DA ARREGAÇA, EM COIMBRA,
Pelo CALDAS alinharam: LOZANO; VASCO e AMARO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA e ANTÓNIO PEDRO; BARNABÉ MORROS, MARTI, BISPO (ex: SPORT LISBOA E BENFICA), TABORDA e ORLANDO. TREINADOR-JOGADOR: LOZANO.
PELO UNIÃO: CELSO; DAVID e CANDEIAS; GOMES, CARVALHO e FRANCISCO LOPES; LUÍS LOPES, TEIXEIRA, VELHA, NARCISO e NORONHA.
ÁRBITRO: REIS SANTOS, de SANTARÉM,
MARCARAM OS TENTOS: NORONHA aos 2 minutos, LUÍS LOPES aos 28 e 74.
Uma referência que nos ia passando: a expulsão de SARRAZOLA aos 15 minutos do 2.º tempo por comportamento incorrecto.
A partida começou práticamente com o primeiro tento dos visitados, pois eram decorridos apenas dois minutos quando NORONHA interceptando um passe de WILSON a LOZANO pôde bater este sem remissão. Era de crer porém que os caldenses se não deixassem desde logo dominar, mas a sua ofensiva actuando sem a calma que vinha sendo a sua principal qualidade, possibilitou de facto esse dominio. A linha avançada ainda tentou impor o seu ritmo normal e a espaços conseguiu-o, mas a [linha] média também lhe prestava pouco apoio e depois dos primeiros vinte minutos já a sorte do jogo estava ditada (...) O CALDAS perdeu portanto a partida com um adversário que lhe foi sempre superior em todos os sectores, e portanto perdeu muito bem. [Também] Para o facto deve ter contribuido em grande parte, a expulsão do defesa central SARRAZOLA que tirou á defesa aquela solidez de conjunto a que já nos habituara (...) O CALDAS apresentou em COIMBRA o seu novo centro avançado BISPO, que tanta celeuma causou e que afinal veio para esta cidade embora que fosse a peso de ouro.
# CALDAS SPORT CLUBE, 0 - GRUPO DESPORTIVO ESTORIL PRAIA, 4 (04 de Outubro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal Nacional "DIÁRIO DE LISBOA" fez referência a este jogo, na sua edição de 06 de Outubro de 1953, comentando da seguinte forma: O ESTORIL regressou das CALDAS DA RAINHA com um magnifico triunfo que surpreende pela expressão de que se revestiu. Os CALDENSES estão a não corresponder ao brilhante começo de prova.
Também na sua edição de 06 de Outubro de 1953, o Jornal local "GAZETA DAS CALDAS" titulava que: De novo a sorte do jogo não quiz nada com os caldenses. E a análise a este encontro continuava da seguinte forma:
A equipa caldense está (...) enfêrma de males que saltam à vista e que urge eliminar. Em primeiro lugar nota-se na equipa tendencia para a lentidão que de modo nenhum está conforme com as necessidades para um Campeonato de 2.ª divisão (...) Tudo se fez lentamente e em passos miúdos do defesa para o médio, deste para o médio, depois para o interior (...) retem-se a bola mais tempo que o adversário dá-se a sensação de dominio mas não se marcam gôlos. E em tardes aziagas três ou quatro falhanços proporcionaram aos adversários outros tantos tentos (...) Há qualquer coisa que está errada, e que proporciona aos apanijerados CALDENSES amarguras como a de hoje, em que viu a sua equipa dominar no meio campo adversário durante bem uma hora, para o fim e ao cabo perder por 4 pontos sem resposta (...) [Estes 4 golos começaram a sua contagem aos] vinte e seis minutos decorridos WILSON falha lamentavelmente uma intercepção e entrega a bola a CORDEIRO que isolado e sem oposição bateu LOZANO que saira ao seu encontro, sem remissão. Oito minutos depois é LOZANO que deixa cruzar o esferico frente à balisa, e permite a VINAGRE com toda a serenidade coloca-lo na balisa com um toque de cabeça. (...) Numa [das] descidas a bola vai ás mãos de LOZANO que ao pretender entrega-la a um dos seus médios estando no limite da grande area, fê-lo com tanta infelicidade que a pôs nos pés do numero 9 [?] adversário. Este sem perda de tempo calmamente atirou para as redes desertas a contar. Depois aos 39 minutos [da segunda parte] um remate fortissimo que LOZANO não pôde segurar deu oportunidade a FRADE de aumentar a contagem.
# «O ELVAS» CLUBE ALENTEJANO DE DESPORTOS, 4 - CALDAS SPORT CLUBE, 3 (11 de Outubro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "DIÁRIO DE LISBOA", na sua edição de 12 de Outubro de 1953, comentava, desta forma, este encontro: Em ELVAS o CALDAS fez uma partida apagada. Todavia, a maior culpa desse facto deve-se imputar aos ELVENSES, os quais fizeram uma exibição assás notável, mormente, no respeito ao sector ofensivo e intermédio. Contudo, os locais sofreram ainda três tentos, precisamente porque ROSA teve tarde expressivamente má.
Na sua edição, no dia seguinte, a 13 de Outubro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS", titulava, desta maneira, este jogo: OS ELVENSES mais felizes na transformação dos lances de golo, venceram. Mas os CALDENSES desta vez convenceram. Continuando o comentário a este encontro, da seguinte forma:
O CALDAS na sua longa deslocação a ELVAS, não conseguiu regressar vitorioso. Embora estivessem vencendo por 1-0 e 2-1 os CALDENSES, sofrendo a expulsão de uma das principais pedras do bloco defensivo, tiveram que sucumbir perante o maior assédio do grupo da casa. AMARO o excelente defesa CALDENSE, foi expulso do terreno, provocando com essa má conduta uma certa desmoralização na equipa e cujo resultado ficou bem á vista (...) É certo e sabido que por circunstâncias várias, LOZANO, guardião e treinador do CALDAS [que] teve discreta actuação, e vemos, uma certa falta de brio desportivo no encontro com o ESTORIL, que não é de admitir num elemento com as pesadas responsabilidades que tem, dentro do clube, e que muito contribuiu para o insucesso verificado.
Jogo em ELVAS, arbitrado por ABEL MACEDO PIRES.
O CALDAS alinhou com: LOURO; VASCO e AMARO; ALEIXO, GUILHERME WILSON e EDERLINDO; ANACLETO, MARTI, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR: LOZANO.
ELVAS: ROSA; PEDRAS e OLIVEIRA, JUSTINO, NEVES e SOUSA, MASSANO, VELASQUES, COSTAL, MÉ e BRAZÃO.
Em virtude da chuva que tinha caido durante a noite e manhã, o campo encontrava-se bastante encharcado, e a breve trecho ficou transformado num mar de lama escorregadia que dificultava a acção dos jogadores mais habilidosos e de menos peso. Tinha decorrido um minuto apenas quando MARTI de posse do esférico, progride um pouco no terreno e por alturas do limite da grande área dispara um potente remate que ROSA não pôde segurar por a bola já se encontrar escorregadia colocando imediatamente o CALDAS em vencedor (...) os ELVENSES porém (...) aos 10 minutos, merecidamente, embora com grande dose de sorte, MASSANO estabelece igualdade. É a vez do CALDAS reagir, iniciando um periodo de jogo brilhante em que a defesa local estava constantemente em dificuldades, e cinco minutos passados, ANACLETO centrando excelentemente permite a ORLANDO, com um golpe de cabeça de boa conta, pôr o CALDAS novamente em vencedor (...) Aos 37 minutos BRAZÃO, nitidamente fora de jogo e bem nas vistas do juiz de linha, estabelece de novo a igualdade. Daí até ao final do primeiro tempo o jogo repartiu-se pelos dois meios campos, e o resultado não se modificou. Reiniciado o encontro logo aos 6 minutos e em resultado da deficiente marcação que vinha sendo feita aos extremos locais, novamente se desfez a igualdade mas agora a favor dos ELVENSES. Foi VELASQUES o autor do tento depois dum excelente serviço de BRAZÃO. Três minutos depois, 4-2 por BRAZÃO (...) e aos 27 minutos numa jogada de insistencia, BISPO consegue antecipar-se ao guarda-redes adversario e tocar o esférico para ANACLETO que à vontade e com toda a calma reduz a diferença. Daí até ao final os ELVENSES procuram assegurar o resultado demorando o jogo o mais possivel, e como todos estão visivelmente fatigados o resultado ficou assim mesmo.
# CALDAS SPORT CLUBE, 1 - GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE, 1 (18 de Outubro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 19 de Outubro de 1953, o Jornal "DIÁRIO DE LISBOA" fazia a análise deste encontro, da seguinte forma: Ás CALDAS DA RAINHA foram os PENICHENSES deixar um ponto. O desafio teve duas partes distintas: nos primeiros quarenta e cinco minutos, durante os quais os donos do campo usufruiram de superioridade territorial, que, justamente, devia ter culminado com mais um tento; a segunda parte, em que os rapazes da praia exerceram dominio claro, mas sem o traduzirem em golos pois, até o unico que obtiveram foi proveniente de uma situação confusa em frente das redes de LOUZANO.
A "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 20 de Outubro de 1953, comentava este jogo, da seguinte maneira:
Perante a maior assistência da época as equipas alinharam:
CALDAS: LOZANO; VASCO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON, LEANDRO e ANTÓNIO PEDRO; TEIXEIRA DA SILVA (também conhecido por NECA, ex: BOAVISTA FUTEBOL CLUBE), MARTI, BISPO, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ MARIA MARQUES (que acedeu graciosamente ao convite da Direcção do CALDAS para exercer interinamente as funções de Treinador, este antigo jogador do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL e do CASA PIA ATLÉTICO CLUBE, substituindo, nestas funções, LOZANO, que devido aos maus resultados foi afastado do cargo).
PENICHE: ALEXANDRE; NASCIMENTO e BARATA; ANIBAL, CONSTÂNCIO e COELHO; BRAZ, BRUNO, RANGEL, JOFRE e DUARTE.
ÁRBITRO: SANTOS MARQUES.
A equipa CALDENSE ainda desta vez não conseguiu a vitória que precisa para se lançar confiante na conquista da posição pretendida (...) assistiu-se a uma partida emotiva até ao último momento (...) os CALDENSES foram os primeiros a marcar, logo aos 6 minutos por ORLANDO mas com larga interferencia de TEIXEIRA DA SILVA pois este é que fintou o guarda-redes ALEXANDRE a ponto de a bola ter chegado às malhas sem que este esboçasse a defesa. Daí para diante e até ao fim do primeiro tempo houve uma boa série de bons movimentos da avançada local a pôr em perigo a balisa adversária, e alguns momentos de golo perdidos ingloriamente. No segundo tempo apesar do acentuado dominio de que disputavam só aos 35 minutos os visitantes puderam marcar o tento do empate por obra de DUARTE com um precioso e muito feliz golpe de cabeça.
# ARROIOS ATLÉTICO CLUBE, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 3 (25 de Outubro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "DIÁRIO DE LISBOA", na sua edição de 26 de Outubro de 1953, divulgava este encontro, da seguinte forma: O CALDAS, que adoptou a toada de ataque mais por imposição dos antagonistas do que por mérito próprio, acabou por triunfar com inteira justiça, precisamente devido á desenvoltura dos seus «arietes».
Na sua edição de 27 de Outubro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS" fazia a análise a este jogo, da seguinte maneira:
Jogo no CAMPO ALIANÇA, em LISBOA,
Sob a arbitragem de CARLOS MENDES as equipas alinharam:
ARROIOS: ABADE; MENDES e JOSÉ DA CRUZ; ERNESTO, ISAAC e SILVA I; ESTEVES, SILVA II, FERNANDO ALVES, ADELINO e CUSTÓDIO.
CALDAS: LOZANO; VASCO e AMARO; EDERLINDO, LEANDRO e SARRAZOLA; ANACLETO, MARTI, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR: Devido à demissão de LOZANO e à impossibilidade de JOSÉ MARIA MARQUES, continuar a orientar a equipa, a Direcção do CALDAS, entabulou negociações com o antigo Treinador da CUF do BARREIRO, JOSÉ JOÃO, tendo [este] estado presente nos treinos da semana do CALDAS.
O encontro começou em geito de parada e resposta, mas a breve trecho os CALDENSES começaram a exercer dominio, pondo com frequencia em perigo a baliza de ABADE. Até que aos 16 minutos na sequencia de um canto, ORLANDO de cabeça marca o 1.º tento. O CALDAS continua insistindo sobre a defesa do adversário, com algumas jogadas de golo mas até ao intervalo o resultado não se modifica. No segundo tempo (...) e decorridos 4 minutos a finalizar uma bela combinação ORLANDO-BISPO-ANACLETO, este com um potente remate põe o CALDAS em vencedor por 2 bolas de diferença. 6 minutos depois dum lance aparentemente inofensivo junto às redes CALDENSES, a defesa parou e SILVA II entrando rápido diminuiu a diferença (...) Cerca dos 25 minutos os CALDENSES crescem novamente e dominam tendo como prémio aos 30 minutos mais um tento, desta vez por BISPO que saltando com o guarda-redes consegue chegar com a cabeça à bola e fazê-la anichar na balisa (...) Aos 35 minutos o arbitro apita para marcar grande penalidade contra os CALDENSES porque AMARO apanhou com uma bolada no braço. Penalidade injustissima [pois] A bola tinha sido chutada com violência por um adversário e AMARO nem sequer teve tempo para se desviar do seu caminho. Dessa penalidade resultou o segundo golo do ARROIOS. Apontou com muita segurança SILVA I, e LOZANO apesar de se lançar bem, nada pôde fazer. Nos dez minutos seguintes o jogo decorreu em toada de cá e lá, terminando assim com o resultado de 3-2 a favor da equipa do CALDAS.
# CALDAS SPORT CLUBE, 7 - CLUBE DESPORTIVO DOS OLIVAIS E MOSCAVIDE, 1 (01 de Novembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 04 de Novembro de 1953, comentou este encontro da seguinte forma:
CAMPO DA MATA, em CALDAS DA RAINHA,
Sob a ARBITRAGEM de DIAS MENDES, de COIMBRA, os grupos alinharam:
CALDAS: LOZANO; AMARO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON, LEANDRO e SARRAZOLA; ORLANDO, TABORDA, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO (ex- GRUPO DESPORTIVO DA CUF, que entretanto fechou o contrato com a Direcção do CALDAS).
OLIVAIS: RODRIGUES; C. PAIVA e M. PAIS; JOSÉ MARIA, F. PAIVA e GOMES; SILVA, VALENTE, FIGUEIREDO, FERREIRA DA SILVA e REIS.
Marcaram os tentos: ORLANDO aos 7 e 79 minutos, SARRAZOLA, de grande penalidade, aos 47 m, BISPO aos 55 e 84 e ANTÓNIO PEDRO aos 64 e 72. Os OLIVALISTAS foi obtido aos 88 por VALENTE.
Finalmente a equipa CALDENSE disputou um encontro em que viu concretizada a superioridade que demonstrou perante um adversário (...) E estavam precisados dum resultado assim, convicente e ao mesmo tempo proveitoso para a tabela da classificação, visto que fica agora com maior número de golos marcados do que sofridos (...) No aspecto técnico-táctico a equipa actuou de molde a convencer, mas ainda assim teve algumas falhas que esperamos ver afastados com o tempo. Referimo-nos ao periodo decorrido entre os 10 e 20 minutos do primeiro tempo, em que obrigados a actuar na defensiva demonstraram uma certa desorganização visinha do pânico, desorganização esta vista noutras ocasiões anteriores e que tiveram decisiva influência nos resultados obtidos.
# ASSOCIAÇÃO NAVAL 1.º DE MAIO, 1 - CALDAS SPORT CLUBE, 2 (08 de Novembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 10 de Novembro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS", fazia a análise a este jogo, da seguinte maneira:
Jogo na FIGUEIRA DA FOZ sob a ARBITRAGEM de PAULO OLIVEIRA, de SANTARÉM.
NAVAL: PINTO MACHADO; FIGUEIREDO, TÓ PINTO e CRUZ; DIAS FERREIRA e ANTÓNIO MARIA; PINA, SEPULVEDA, JACINTO, JOSÉ COSTA e LÉ.
CALDAS: LOURO (o habitual titular LOZANO que já tinha sido afastado de TREINADOR pediu, também, a demissão de jogador, devido ao facto do CALDAS não ter aceite as condições que propusera para continuar, regressando a Espanha); AMARO, LEANDRO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON e SARRAZOLA; ORLANDO, TABORDA, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
Aos 18 minutos a premiar um labor ofensivo bastante melhor organizado que o seu antagonista os CALDENSES passam a vencedores (...) [num] canto, que excelentemente marcado por ORLANDO permite a WILSON com um golpe de cabeça muito bem colocado anichar a bola num canto da balisa (...) Aos 20 minutos depois dum lance confuso a bola saiu pela linha de cabeceira tocada em último lugar por um jogador local, mas o árbitro ordenou canto, e na sequência dêste que foi marcado por ZÉ COSTA, LOURO numa entrada infeliz fez saltar a bola para a balisa, estabelecendo assim o empate (...). Em linhas gerais pode-se dizer-se, que o resultado deste periodo está certo (...). No segundo período a feição do jogo modifica-se, verificando-se desde logo que os CALDENSES traziam da cabine uma lição estudada, e assiste-se então ao período de melhor futebol praticado durante o encontro que é premiado com novo golo para os visitantes, desta vez por ORLANDO que conseguindo-se isolar-se ramatou imparávelmente para o centro contrário em relação a PINTO MACHADO. [Terminando] o encontro com mais uma excelente vitória para as cores CALDENSES, o que vem animar extraordináriamente o interesse, pela competição, pois assim o CALDAS ainda pode aspirar a uns dos lugares cimeiros da tabela.
# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - SPORT CLUBE SCALABITANO «OS LEÕES», 0 (14 de Novembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 17 de Novembro de 1953, titulava que tinha sido um: Brilhante triunfo dos CALDENSES. E continuava a análise a este encontro, da seguinte forma:
Sob a ARBITRAGEM de EDUARDO GOUVEIA, as equipas alinharam:
CALDAS: LOURO; AMARO, LEANDRO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON e SARRAZOLA; ORLANDO, TABORDA, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
LEÕES: MÁRIO; MATOS, FERREIRA e HENRIQUE SILVA; LECA e RODRIGUES; CARLITOS, GARNACHO, JORGE VIEIRA, CASTANHEIRA e PACHECO.
O CALDAS mercê de uma excelente recuperação, chegou ao 2.º lugar da tabela, com o mesmo número de pontos que o guia que é o UNIÃO DE COIMBRA (...) Os rapazes do grupo da casa menos vistosos que os visitantes, foram mais práticos e incisivos batendo sem apêlo por 3 vezes a magnifica defesa daqueles. ORLANDO o excelente avançado local, abriu o caminho á vitória com um tento de grande categoria que chegou a bola ás malhas como uma flecha o 2.º golo obtido por BISPO embora não fosse tão brilhante como aquele, foi magnifico de oportunismo de nada valendo a oposição do guardião scalabitano.
# CALDAS SPORT CLUBE, 0 - CLUBE DESPORTIVO DE TORRES NOVAS, 1 (22 de Novembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O "DIÁRIO DE LISBOA", na sua edição de 23 de Novembro de 1953, deu destaque a este jogo da seguinte maneira:
CAMPO DA MATA, com grande assistência,
ÁRBITRO: SILVÉRIO BEBIANO, de LISBOA,
CALDAS: LOURO; AMARO e LEANDRO; EDERLINDO, GUILHERME WILSON e SARRAZOLA; ORLANDO, JANEIRO, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
TORRES NOVAS: ILIDIO; LUIS e MATOS II; MELEIRO, JOÃO MARIA e JOÃO; LEONEL, MATOS I, SIMÕES, CONDE e VIRIATO.
A primeira parte decorreu com periodos alternados de vantagem, tendo os visitantes marcado um golo, aos 5 minutos, por intermédio de LEONEL. No segundo tempo não se marcaram tentos e o jogo terminou com a vitória do grupo de TORRES NOVAS, por 1-0.
# CLUBE DESPORTIVO PORTALEGRENSE, 2 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (29 de Novembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "DIÁRIO DE LISBOA", comentava este encontro, da seguinte forma: Em PORTALEGRE, perdeu o CALDAS pela diferença de uma bola. Durante o primeiro tempo os PORTALEGRENSES dominaram com bastante insistência. No entanto, a sua linha dianteira não teve inspiração suficiente para se livrar das apertadas malhas do sector defensivo adversário. Após o intervalo, e beneficiando, por seu turno, do favor do vento os caldenses chegaram até ao empate. Conservá-lo, porém até final, não puderam porque logo no lance imediato o perigoso JACINTO o desfez a seu favor. O jogo foi pobre. A constante chuva tornou o terreno em flagelo para os jogadores, que, sem duvida, despenderam energia a rodos na luta contra os dois adversários de ontem - jogadores e tempo.
Na sua edição de 01 de Dezembro de 1953, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS", fazia a análise deste encontro, da seguinte maneira:
JOGO no CAMPO da FONTEDEIRA, em PORTALEGRE,
Sob a ARBITRAGEM de ABEL MACEDO PIRES, os grupos alinharam:
PORTALEGRENSE: AUGUSTO; SANTOS e MASSANO; MORENO, REBELO e ROQUI; REDONDO, CALINE, JACINTO, BICA e SANIRA.
CALDAS: VITOR; VASCO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA e ALEIXO; NECA ou TEIXEIRA DA SILVA, ANACLETO, ANTÓNIO PEDRO, BISPO e ORLANDO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
Antes de iniciar a descrição do jogo convém explicar [que] a função de cada um era bastante diferente daquilo que os números indicam. Verdadeiramente, a posição normal no terreno foi a seguinte:
VICTOR
SARRAZOLA
VASCO-ALEIXO-WILSON-EDERLINDO
ANTÓNIO PEDRO
NECA-ANACLETO-BISPO-ORLANDO
(...) Atendendo à chuva que caíra durante a tarde e parte da noite de Sábado o campo apresentava-se relativamente em boas condições. Soprava, porém vento bastante forte em rajadas trazendo à mistura pingos de água enrelezantes. (...) Assiste-se a mais duas dezenas de minutos com domínio alternado de ambos os contendores, e precisamente ao 39.º, um alívio longo da defesa visitada fez chegar a bola à zona do seu avançado centro. ALEIXO não interceptou, e SARRAZOLA que acorrera foi batido em velocidade, e à explêndida estirada de VICTOR correspondeu JACINTO com um toque súbtil e a tempo que levou a bola às malhas (...) [No segundo tempo, aos 15 minutos] a bola vai até BISPO na extrema esquerda, para onde se deslocara por estar magoado num braço que fintando dois adversários entregou excelentemente a ANTÓNIO PEDRO. Este rematou de pronto e muito bem estabelecendo a igualdade. Estava porém escrito que os CALDENSES perderiam o jogo, pois dois minutos passados, um capricho do destino colocou a bola ao alcance do avançado centro local [JACINTO], sózinho em frente de VICTOR, que sem dificuldade atirou a contar [e fez 2-1].
# CALDAS SPORT CLUBE, 3 - CASA PIA ATLÉTICO CLUBE, 1 (06 de Dezembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O Jornal "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 08 de Dezembro de 1953, analisava este encontro da seguinte forma:
O CALDAS, vencendo em sua casa o CASA PIA e beneficiando das derrotas do TORRES NOVAS, no seu campo, e do ESTORIL e ainda do empate do TORREENSE na FIGUEIRA DA FOZ, melhorou a sua posição na tabela estando actualmente no 5.º posto. O triunfo caldense, premeia a turma que melhor actuou sobre o rectângulo, embora ambas jogassem abaixo das suas possibilidades, que apresentou uma formação diferente da sua habitual provocada pelas lesões, de alguns dos seus jogadores.
Alinharam pelo CALDAS: VITOR; VASCO e PITEIRA; ALEIXO, SARRAZOLA e FRAGATEIRO (ex: CLUBE DESPORTIVO DE MONTIJO); NECA, ANTÓNIO PEDRO, BISPO, EDERLINDO e ORLANDO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
Pelo CASA PIA: ALBERTINO; ARMINDO II e PEREIRA JÚNIOR; GUILHERME, FERNANDES e ARMINDO I; XAVIER, ESTEVES, PRATES, GARÇÃO e LENINE [que viria a ser jogador do CALDAS, a partir da temporada de 1955/1956, já na 1.ª DIVISÃO NACIONAL].
ÁRBITRO: RAUL NUNES, de SANTARÉM,
Os CALDENSES marcaram o primeiro tento aos 13 m. por BISPO, numa jogada das mais belas que temos visto no CAMPO DA MATA, em que interveio 50% do seu êxito, ANTÓNIO PEDRO. Antes perdera já algumas oportunidades como outras havia de perder até à obtenção do 2.º tento a 13 m do reinício (...) Aos 71 minutos da partida, ANTÓNIO PEDRO aumentou a contagem para 3-0, agora por sua vez também com boa colaboração de BISPO que centrou da linha de cabeceira com excelente conta. Os visitantes marcaram o ponto de honra a 10 minutos do fim, num livre directo bem apontado por ARMINDO I, do limite da grande área. (...) O herói do dia foi ANTÓNIO PEDRO. Não só pela perfeição como conduziu o ataque como pelos dois tentos que obteve.
# CALDAS SPORT CLUBE, 1 - SPORT CLUBE UNIÃO TORREENSE, 2 (13 de Dezembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 14 de Dezembro de 1953, o "DIÁRIO DE LISBOA", analisava este encontro, da seguinte forma: Era aguardada com excepcional interesse este jogo entre os velhos rivais da Linha do Oeste. Venceu, mais uma vez, o TORRIENSE que encontrou da parte do adversário a maior resistência possivel para contrariar o triunfo alcançado. Foi uma partida emocionante, não só pelo que se passou no campo, como ainda pela marcha do marcador. Teve duas fases absolutamente distintas e diametralmente opostas este encontro. Até ao intervalo, com o vento forte pelas costas, o TORRIENSE dominou a situação e, quando aos 12 minutos já havia conseguido a obtenção de dois tentos, houve quem supusesse ir assistir-se a uma derrota pesada dos locais. Assim não sucedeu, porém, porque estes apercebendo-se do perigo que constituia a sua formação defensiva alteraram-na, e tal foi o bastante para obstar a marcação de outros tentos do adversário. No segundo meio tempo, foram os CALDENSES que deram cartas, não obstante jogarem com menos um elemento. Favorecidos pelo vento que ajudava até então o antagonista muito deram que fazer ao sector defensivo TORRIENSE, no entanto, não foram além de um golo escasso quando outro talvez merecessem.
O Jornal "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 15 de Dezembro, titulava, este encontro, da seguinte maneira: Apesar de reduzida a dez unidades a turma CALDENSE teve uma segunda parte que justificava melhor resultado. E continuaram a análise a este jogo, assim...O CAMPO DA MATA deve ter registado a sua maior enchente de todos os tempos o que deu assim à partida um sabor especial. De TORRES VEDRAS deslocaram-se a CALDAS DA RAINHA cerca de um milhar de pessoas dando àquele rectangulo um bonito aspecto (...) Embora dominassem a maior parte do tempo, na 1.ª parte, os TORREENSES conseguiram obter os dois unicos golos mercê de duas indecisões da defesa CALDENSE. Na 2.ª parte, os visitantes foram a princípio mais perigosos, mas os locais não se dando por vencidos e embora diminuidos numéricamente, fizeram das fraquezas forças e obrigaram o TORREENSE a uma porfiada defesa, conseguindo a marcação de um tento e tendo perdido algumas excelentes oportunidades, que só a boa exibição de GAMA e um pé providencial de GONÇALVES, evitaram que o CALDAS empatasse. Nos últimos vinte minutos da partida, vimos os locais actuarem de maneira briosa e entusiástica, que só por manifesta pouca sorte não conseguiram empatar.
ÁRBITRO: JAIME PIRES,
O CALDAS alinhou com: VITOR, VASCO e EDERLINDO (PITEIRA); GUILHERME WILSON, PITEIRA (SARRAZOLA) e SARRAZOLA (EDERLINDO); NECA, TABORDA, BISPO, ANTÓNIO PEDRO e ORLANDO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
PELO TORREENSE alinharam: GAMA; MERGULHO e ANTÓNIO AUGUSTO; BELÉN (argentino), AMILCAR e GONÇALVES; CARLOS ALBERTO, JOSÉ DA COSTA, SIDONIO, HILARIO e ANDRADE.
GOLOS: VASCO aos 5 minutos na própria baliza, e outro aos 11 minutos em jogada pessoal de certo mérito do extremo ANDRADE e na segunda parte aos 27 minutos marcou ORLANDO.
# CLUBE DE FUTEBOL «OS MARIALVAS», 0 - CALDAS SPORT CLUBE, 1 (20 de Dezembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
O "DIÁRIO DE LISBOA", na sua edição de 21 de Dezembro de 1953, comentava desta forma este encontro: Os CANTANHEDENSES registaram ante o CALDAS, a décima terceira derrota. Desta feita, todavia, o seu adversário não foi além de um escassissimo golo, como que dando indicação justa e lógica de que a vitória dos CALDENSES teve o sabor das coisas dificilissimas de alcançar e até, quiçá, obtidas com certa dose de fortuna.
# CALDAS SPORT CLUBE, 2 - CLUBE DE FUTEBOL UNIÃO DE COIMBRA, 1 (27 de Dezembro de 1953) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO - ZONA B).
Na sua edição de 28 de Dezembro de 1953, o Jornal nacional "Diário de Lisboa", comentava este jogo da seguinte forma: Os primeiros momentos foram aflitivos para os locais. EDERLINDO, numa jogada infeliz fez um golo na sua baliza e isso provocou oscilação notória no reduto defensivo. Depois, porém, e desta feita por pouca sorte dos conimbricenses, que ficaram reduzidos a dez elementos, por WILSON ter abandonado o campo, magoado, os locais obtiveram o empate e daí até final foi superior ao adversário (...) Foi, pois, justa a vitória do CALDAS.
O Jornal local "GAZETA DAS CALDAS", na sua edição de 29 de Dezembro, igualmente, fez a análise a este encontro da seguinte maneira: Sob a direcção do conhecido arbitro portuense ABEL DA COSTA as turmas apresentaram:
CALDAS: VITOR; VASCO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON, SARRAZOLA e FRAGATEIRO; NECA, ANTÓNIO PEDRO, BISPO, ORLANDO e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
UNIÃO: CELSO; VELHA e CANDEIA; GOMES, CARVALHO e LOPES; LUIS, TEIXEIRA, QUIM, NARCISO e NORONHA.
No final do 1.º tempo as turmas estavam empatadas a uma bola, golos de EDERLINDO na sua própria balisa e de ORLANDO num excelente golpe de cabeça após a marcação de um livre de canto (...) No segundo tempo a partida tomou outro aspecto e então já pudemos admirar alguns lances de bom futebol, em maior numero por parte dos avançados caldenses mas sem aquela finalidade prática que lhes era exigida (...) [No entanto] O «quadrado mágico» funcionou no 2.º tempo da melhor maneira. De facto os médios caldenses, mais afoitos e com perfeita coordenação de esforços com os interiores, abriram consecutivas brechas na defesa contrária que passou momentos aflitivos na primeira meia hora desta parte e que só não passou de um golo obtido por ANTÓNIO PEDRO, quando poderiam ter sido conseguidos mais se se deixassem de preciosismos exagerados que só demoravam a entrega de bola com vantagem para os defensores visitantes, dando-lhes tempo para se organizarem.
# GRUPO DESPORTIVO ESTORIL-PRAIA, 4 - CALDAS SPORT CLUBE, 3 (03 de Janeiro de 1954) - (CAMPEONATO NACIONAL DA 2.ª DIVISÃO NACIONAL - ZONA B).
Na sua edição de 05 de Janeiro de 1954, o Jornal "GAZETA DAS CALDAS" descrevia este encontro. Assim:
As duas turmas formaram:
ESTORIL: JOSÉ MARIA; NEGRITA e PASTORINHA [seria, mais tarde, jogador do CALDAS, como já vimos]; CASSIANO, ELOY (capitão) e FRADE; ARAGÃO, VINAGRE, FRANCO, RAUL e VLADIMIRO.
CALDAS: VITOR; VASCO e EDERLINDO; GUILHERME WILSON (capitão), SARRAZOLA e FRAGATEIRO; ORLANDO, ANTÓNIO PEDRO, BISPO, BARNABÉ MORROS e ANACLETO. TREINADOR: JOSÉ JOÃO.
MARCARAM OS GOLOS: ANTÓNIO PEDRO (2) e ORLANDO. VASCO numa jogada infeliz marcou o golo do empate dos visitantes nas suas próprias balisas.
O Jornal "DIÁRIO DE LISBOA", na sua edição de 04 de Janeiro de 1954, comentava, este jogo, da seguinte forma: Teve esta partida duas fases distintas - a da primeira parte, em que o comando das operações pertenceu inteiramente ao CALDAS; a da segunda, durante a qual o ESTORIL foi inegavelmente, a grande equipa sobre o terreno. Só se pode formular uma pergunta: foram os CALDENSES os que mais convenceram, ao fim ao cabo, ou foram os ESTORILENSES os que melhor impressão causaram? Talvez o CALDAS houvesse exibido futebol mais ligado, mais certo, mais académico. Mas, o que não há dúvida, e que a reacção do ESTORIL para anular a desvantagem de 3-1 teve mais beleza espectacular e, portanto, o que o grande público mais apreciou. Se a igualdade fosse o resultado final estaria certo, como não deixou de estar a vitória tangencial do ESTORIL.
Na página do diário lisboeta surge-nos esta fotografia da equipa do CALDAS que jogou esta partida: Em pé, da esquerda para a direita: LOURO; EDERLINDO; VASCO?; GUILHERME WILSON; SARRAZOLA; FRAGATEIRO e VITOR. AGACHADOS, pelo mesmo sentido: BARNABÉ MORROS?; ORLANDO; BISPO; ANTÓNIO PEDRO e ANACLETO.
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